Clique aqui para voltar à página inicial http://www.novomilenio.inf.br/ano97/9712bfut.htm
Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática
do jornal A Tribuna de Santos/SP, em 9 de dezembro de 1997
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/04/00 04:41:18

HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 25 - O futuro que vem aí
Quando uma imagem vale por mil... imagens

Na face do bebê, o futuro das tecnologias de computação gráfica e de tv

Repare na abertura da novela Por Amor, ora [N.E.: até dezembro de 1997] exibida pela Rede Globo de Televisão: a câmara se aproxima de uma foto, revelando que um ponto, ampliado, contém outra imagem. Um ponto dessa outra imagem, continuando nesse mergulho, revela uma terceira imagem. Repare também no videowall - aquela parede de televisores, cada um mostrando uma imagem, e todas elas se completando para formar uma só cena, como em outro programa dessa emissora, o Domingão do Faustão.

Projeto Vida Digital (The Baby Face)

No primeiro caso, o que parecia ser um pixel (ou seja, o menor conjunto de pontos controlável pelo computador numa imagem) se revela uma imagem completa, quando ampliado, e isso se repete com o que parece ser um pixel dessa nova imagem, ao ser por sua vez aumentado.

Agora, vá à Internet, procure a imagem The Baby Face, na página Vida Digital, e verá a que ponto os pesquisadores já chegaram: um ponto qualquer do rosto de um bebê pode ser clicado com o mouse e se transforma numa imagem, que por sua vez contém muitas outras. Você clica no rosto do bebê, aparece uma savana africana. Clica na savana, aparece o jipe. Clica no carro, aparece o espelho retrovisor. Clica no espelho, você vê a imagem de quem está atrás do carro.

Mas, se você clica um pixel acima no rosto do bebê, poderá encontrar uma paisagem gelada. Clica sobre o gelo, lá está o esquimó. Clica no esquimó, vai ver o enfeite que ele tem no braço. Volta ao rosto do bebê, clica um ponto abaixo, e poderá parar na Austrália, talvez conheça o bumerangue do aborígene ou o filhote na bolsa do canguru.

O projeto Digital Life (o do rosto do bebê) fazia parte do Consórcio Televisão do Amanhã, agora denominado Consórcio Vida Digital, com apoio do Instituto de Tecnologia de Massachussets (EUA). A imagem apresentada é um foto-mosaico composto por muitas pequenas imagens, de resolução extremamente alta.

Pesquisa séria – Pode parecer passatempo de estudante, mas há muitas implicações nessas pesquisas. Por exemplo, imagine que o televisor da família Jetson pudesse apresentar ao mesmo tempo os quinhentos canais hoje comuns numa rede de TV a cabo norte-americana. Em vez de cansar o dedo apertando o botão de mudança de canal, para buscar algo interessante, você atentaria para a cena mais interessante e clicaria nela, fazendo com que se tornasse maior.

Talvez seja uma partida de futebol, e entre os espectadores no estádio, você pode pensar que um deles é aquele seu funcionário que pediu dispensa do trabalho, por estar com febre alta. Você dá um clique naquele setor do estádio, depois sobre a imagem do torcedor e... de fato, o funcionário faltoso está febril, só que não pela doença alegada...

Agora, imagine que você é que foi ao estádio. Determinado lance, só um bom tira-teimas pode revelar o que aconteceu. O telão do estádio precisa reproduzir essa cena, para que todos os torcedores vejam. Inverte-se o processo: nessa imagem, a bola talvez tenha um metro de altura, o dedo que nela encosta indevidamente talvez tenha o tamanho de uma laranja. E isso precisa ser mostrado com alta qualidade de imagem, alta definição.

O que parece simples esconde algumas armadilhas. Por mais veloz que seja a transmissão, quanto maior a qualidade da imagem, mais dados precisarão ser transmitidos. Caímos no problema da chamada largura de banda. Não adianta querer escoar rapidamente toda a água da represa Billings por um ralo de pia: ele não deixa passar mais que certa quantidade do líquido em cada instante, o resto vai ter de esperar.

Com a imagem, a mesma coisa, só que neste caso existem alguns recursos. Numa cena em que o fundo é de uma só cor, não precisamos transmitir cada ponto desse fundo, basta enviarmos ao destino a informação de que todos os pontos referentes ao fundo devem ter essa cor. Assim, transmitimos a mesma imagem, só que muito mais rapidamente. Se a imagem seguinte tiver apenas uma pequena mudança em relação à anterior, transmitimos só a alteração, conseguindo nova economia. Esse é outro campo de estudos dos cientistas da computação: a chamada compressão de imagens.

ALGUNS DOS MILHARES EXEMPLOS DE APROXIMAÇÃO POSSÍVEIS NA IMAGEM:

Projeto Vida Digital (The Baby Face) Projeto Vida Digital (The Baby Face)
Projeto Vida Digital (The Baby Face) Projeto Vida Digital (The Baby Face)
Projeto Vida Digital (The Baby Face) Projeto Vida Digital (The Baby Face)
Projeto Vida Digital (The Baby Face) Projeto Vida Digital (The Baby Face)
Projeto Vida Digital (The Baby Face)

Projeto Vida Digital (The Baby Face)

Projeto Vida Digital (The Baby Face)