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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA
Cleyde Yáconis

Embora nascida no interior de São Paulo, Cleyde Yáconis morou em Santos e São Vicente desde criança, junto com sua irmã Cacilda Becker. Ambas se tornaram atrizes profissionais, como destaca o verbete da Wikipedia (consulta em 6/2/2011):

Nome completo: Cleyde Becker Iáconis
Nascimento: 14 de novembro de 1923 (87 anos) -Pirassununga, SP
Nacionalidade: brasileira
Ocupação: Atriz


Cleyde Becker Iaconis, mais conhecida como Cleyde Yáconis, (Pirassununga, 14 de novembro de 1923) é uma atriz brasileira.

Iniciou sua carreira no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) ao lado da irmã, a atriz Cacilda Becker. Tem um dos repertórios teatrais mais variados e ilustres da dramaturgia nacional. Para Cleyde, sempre foi normal a escalação para interpretar personagens de mais idade que a sua própria, talvez devido à sua voz de contralto e suas feições graves.

Participou ativamente em produções de teatro e televisão, mas em cinema atuou muito pouco em mais de meio século de carreira. Atualmente faz a divertida Dona Brígida Gouveia, na novela Passione, de Sílvio de Abreu, exibida pela Rede Globo. Dentre seus trabalhos na televisão, destacam-se Mulheres de Areia, Os Inocentes, Gaivotas, Ninho da Serpente, Rainha da Sucata, Vamp e Torre de Babel.

Em 29 de setembro de 2009, o antigo Teatro Cosipa Cultura passou a chamar-se Teatro Cleyde Yáconis, em homenagem à atriz que protagonizou a primeira peça montada na casa – O Caminho para Meca.

Em julho de 2010 se afastou de Passione por ter quebrado o fêmur. Voltou as gravações no dia 12 de agosto. Devido a complicações que teve no implante da prótese em seu fêmur, a atriz ficou afastada das gravações da novela por pelo menos 15 dias, segundo informações do jornal Extra do dia 26 de outubro de 2010.

Carreira
Na televisão


* 1966 - O amor tem cara de mulher - Vanessa (TV Tupi)
* 1967 - Éramos Seis - Dona Lola (TV Tupi)
* 1968 - A Muralha - bandeirante (participação) (TV Excelsior)
* 1968 - Os Diabólicos - Paula (TV Excelsior)
* 1969 - A menina do veleiro azul (TV Excelsior)
* 1969 - Vidas em conflito - Ana (TV Excelsior)
* 1970 - Mais Forte que o Ódio - Clô (TV Excelsior)
* 1973 - Mulheres de Areia - Clarita Assunção (TV Tupi)
* 1974 - Os Inocentes - Juliana (TV Tupi)
* 1975 - Ovelha Negra - Laura (TV Tupi)
* 1976 - O Julgamento - Mercedes (TV Tupi)
* 1976 - Um Dia, o Amor - Maria Eunice (TV Tupi)
* 1978 - Aritana - Elza (TV Tupi)
* 1979 - Gaivotas - Lídia (TV Tupi)
* 1980 - Um homem muito especial - Marta (Rede Bandeirantes)
* 1981 - Floradas na Serra - Dona Matilde (TV Cultura)
* 1981 - O fiel e a pedra (TV Cultura)
* 1981 - O vento do mar aberto - Clara (TV Cultura)
* 1982 - Campeão - Helena (Rede Bandeirantes)
* 1982 - Ninho da Serpente - Guilhermina Taques Penteado (Rede Bandeirantes)
* 1984 - Meus Filhos, Minha Vida - Adelaide (SBT)
* 1985 - Uma Esperança no Ar (SBT)
* 1990 - Rainha da Sucata - Isabelle de Bresson
* 1991 - Vamp - D. Virginia
* 1993 - Olho no Olho - D. Julieta
* 1993 - Sex Appeal - Cecília
* 1997 - Os Ossos do Barão - Melica Parente de Redon Pompeo e Taques (SBT)
* 1998 - Torre de Babel - Diolinda Falcão
* 2001 - As Filhas da Mãe - Dona Gorgo Gutierrez
* 2004 - Um Só Coração - como ela mesma (participação)
* 2006 - Cidadão Brasileiro - Dona Joana Salles Jordão (Rede Record)
* 2007 - Eterna Magia - Dona Chiquinha (Francisca Finnegan)
* 2010 - Passione - Brígida Gouveia

No cinema

* Bodas de Papel
(2008)
* Célia & Rosita
(2000) (curta metragem)
* Jogo Duro
(1985)
* Dora Doralina
(1982)
* Parada 88
- O Limite de Alerta (1977)
* Beto Rockfeller
(1970)
* A Madona de Cedro
(1968)
* Na Senda do Crime
(1954)

No teatro

* O Caminho para Meca
de Athol Fugard (2008)
* A Louca de Chaillot
de Jean Giroudoux (2006)
* Cinema Eden
de Marguerite Duras (2005)
* Longa Jornada Noite A Dentro
de Eugene O'Neill (2002)
* Péricles, o Príncipe de Tiro
de William Shakespeare (1995)
* As Filhas de Lúcifer
de William Luce (1993) Mambembe de Melhor Atriz
* O Baile de Máscaras
de Mauro Rasi (1991) Molière de Melhor Atriz
* A Cerimônia do Adeus
de Mauro Rasi (1989)
* O Jardim das Cerejeiras
de Anton Tchekov (1982)
* A Nonna
(1980)
* Os Amantes
de Harold Pinter (1978)
* A Capital Federal
de Arthur Azevedo (produtora) (1972)
* Medeia
de Eurípedes (1970)
* Édipo Rei
de Sófocles (1967)
* O Fardão
de Bráulio Pedroso (1967)
* As Fúrias
de Rafael Alberti (1966)
* Toda Nudez Será Castigada
de Nélson Rodrigues (1965) Molière de Melhor Atriz
* Vereda da Salvação
de Jorge Andrade (1964)
* Os Ossos do Barão
de Jorge Andrade (1963)
* Yerma
de Federico García Lorca (1962)
* A Morte do Caixeiro Viajante
de Arthur Miller (1962)
* A Escada
de Jorge Andrade (1961)
* A Semente
de Gianfrancesco Guarnieri (1961)
* O Pagador de Promessas
de Dias Gomes (1960)
* O Santo e a Porca
de Ariano Suassuna (1958)
* A Rainha e os Rebeldes
de Ugo Betti (1957)
* Eurydice
de Jean Anouilh (1956)
* Maria Stuart
de Friedrich Schiller (1955)
* Leonor de Mendonça
de Gonçalves Dias (1954)
* Assim É (Se lhe Pareçe)
de Luigi Pirandello (1953)
* Ralé
de Máximo Gorki (1951)
* Seis Personagens a Procura de um Autor
de Luigi Pirandello (1951)
* Pega-Fogo
de Jules Renard (1950)
* O Anjo de Pedra
de Tennessee Williams (1950)

Premiações

* Venceu o prêmio melhor atriz de teatro no Troféu APCA/2006 pelo espetáculo A louca de Chaillot.
Fotos de Cleyde Yáconis:

Cleyde Yáconis, Elza Gomes, Antonia Marzullo e Ênio Gonçalves durante leitura da peça Toda Nudez Será Castigada, em 1965. Cedoc/Funarte

Foto: Funarte- Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis e Luis Linhares em cena de Toda Nudez Será Castigada, em 1965. Cedoc/Funarte

Foto: site Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis, em foto de Paulo Jabur - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis, em foto Hejo - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis e ator não identificado - Foto Carlos - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis e atriz não identificada - Foto Carlos - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis e o ator Jorge Dória - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis com o crítico teatral Mário Nunes, 1958 - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis com Fredi Kleemann  Millôr Frnandes, em 1958 - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis com sua irmã Cacilda Becker e o ator Fredi Kleemann, 1957 - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis, em 1960 - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Cleyde Yáconis - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

Sites consultados em 6/2/2011

O site Memória das Artes - Funarte/Brasil dedica uma página à sua biografia e outra ao depoimento que a atriz deu ao Serviço Nacional de Teatro em 8/10/1975 (consultada em 6/2/2011):

Biografia de Cleyde Yáconis

Cleyde Becker Yáconis nasce em Pirassununga, São Paulo, em 14 de novembro de 1923. As dificuldades da sua infância pobre aumentam aos 4 anos de idade quando o pai abandona a família. Incentivada pela mãe professora, faz o curso normal e, simultaneamente, o de enfermagem, com a ideia de se formar em Medicina. Em 1950, levada pela irmã Cacilda Becker, trabalha no guarda-roupa do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Mesmo sem intenção de se tornar atriz, substitui Nydia Licia no papel de Rosa Gonzalez, em O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams. Por sua atuação, Ziembinski a convida para o papel de Annette, em Pega-fogo, de Jules Renard. Com isso, desiste de prestar exame para a Faculdade de Medicina.

No ano seguinte, 1951, torna-se a atriz-revelação do teatro paulista, premiada pela Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT), por sua atuação em Ralé, de Maximo Gorki. De 1950 a 1964 participa de 35 montagens no TBC, entre as quais, Santa Marta Fabril S.A., de Abílio Pereira de Almeida (1955); Adorável Júlia, de Marc-Gilbert Sauvajon (1957); e A Morte do Caixeiro-viajante, de Arthur Miller (1962). Mas é em 1953 que ganha seu primeiro grande papel no TBC, a Senhora Flora, protagonista de Assim É Se lhe Parece, de Luigi Pirandello, quando abiscoita o Prêmio Governador do Estado como melhor atriz do ano. Em Maria Stuart, de Schiller(1955), também é premiada como melhor atriz: Prêmio Saci.

Três anos depois, ao lado de Cacilda Becker, Ziembinski, Walmor Chagas e Fredi Kleeman, funda o Teatro Cacilda Becker. A companhia estreia com O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, em maio de 1958. Em 1964 tem outro desempenho consagrador: vive nos palcos Yerma, de Garcia Lorca, dirigida por Maurice Vanneau.

Durante a temporada de Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, é detida pela ditadura militar, mas o prestígio de Cacilda faz com que seja liberada. Desliga-se do TBC e, em 1965, a convite de Nelson Rodrigues, aceita viver a prostituta Geni de Toda a Nudez Será Castigada, com direção de Ziembinski. Por seu desempenho é premiada com o Molière. Em 1966 integra o Grupo Opinião em Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, com direção de Gianni Ratto. Em 1967 substitui Teresa Rachel em Édipo Rei, de Sófocles, e dá vida a outra grande personagem, Jocasta, a mãe de Édipo, este vivido por Paulo Autran, sob a direção de Flávio Rangel.

Em 1976 faz A Rainha do Rádio, de José Safiotti Filho, direção de Antonio Abujamra. Em 1988 dá início à parceria com o diretor Ulysses Cruz com Cerimônia do Adeus, de Mauro Rasi, em que interpreta Simone de Beauvoir. Em 1995, com o mesmo diretor, atua em Péricles, Principe de Tiro, de Shakespeare.

No cinema, atua em Na Senda do Crime, de Flamínio Bollini Cerri (1954); A Madona de Cedro, de Carlos Coimbra (1968); Parada 88 – O Limite de Alerta, de José de Anchieta (1977); Dora Doralina, de Perry Salles (1982); e Jogo Duro, de Ugo Giorgetti (1985). Em 2000 roda ao lado de Dirce Migliaccio o curta-metragem Célia e Rosita, de Gisella de Mello, em homenagem às atrizes Célia Biar e Rosita Thomaz Lopes, filme no qual vive Rosita.

Televisão

Entra para a televisão em 1966, na TV Paulista, mas logo é levada por Cassiano Gabus Mendes para a TV Tupi de São Paulo, onde aparece nas novelas O Amor Tem Cara de Mulher (1966), Mulheres de Areia (1973) e Gaivotas (1979). Na TV Globo, faz Rainha da Sucata (1990), Vamp (1991) e As Filhas da Mãe (2001). Em 2006, na TV Record, trabalha em Cidadão Brasileiro.

Em teatro, brilha mais uma vez em 2002 ao lado de Sergio Britto, em Longa Jornada de um Dia Noite Adentro, de Eugene O’Neill, sob a direção de Naum Alves de Souza. Em 2003 conquista o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pelo conjunto da obra. Neste mesmo ano, recebe o Prêmio Nacional Jorge Amado de Literatura & Arte do Governo da Bahia. Em 2005 é agraciada com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura. Por sua interpretação na primeira montagem brasileira de Cinema Éden, de Marguerite Duras, com direção de Emílio Di Biasi, é indicada em 2005 para o Prêmio Shell de Teatro.

Em 2006 protagoniza A Louca de Chaillot, de Jean Giradoux, peça inédita nos palcos brasileiros, sob o comando dos jovens diretores Ruy Cortez e Marcos Loureiro.

Longe dos refletores, das festas e da metrópole paulista, é mulher de hábitos simples. Em contato com a natureza, em seu sítio a 28 km da capital, desfruta uma vida tranquila ao lado de seus cachorros, de seus passarinhos e de suas árvores.

Saiba mais sobre Cleyde Yáconis:
LEDESMA, Vilmar. Cleyde Yáconis: Dama Discreta. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004 (Coleção Aplauso Perfil).
CLEYDE YÁCONIS. Depoimentos IV. Rio de Janeiro: MEC/Funarte/SNT, 1978.

Cleyde Yáconis em depoimento prestado ao Serviço Nacional do Teatro (SNT), em 8 de outubro de 1975, no Teatro Anchieta, na capital paulista - fotógrafo não identificado - Cedoc/Funarte

Foto: Funarte - Brasil - Memória das Artes

 

Da infância sofrida à glória através do teatro
Em entrevista ao Serviço Nacional de Teatro em 1975, a atriz Cleyde Yáconis revela que passou fome e sofreu com maus-tratos do pai

No dia 8 de outubro de 1975, Cleyde Yáconis, então prestes a completar 52 anos (a atriz nasceu no dia 14 de novembro de 1923, em Pirassununga), chegou ao Teatro Anchieta, em São Paulo, para ser sabatinada por um seleto grupo de entrevistadores que incluía os atores Paulo Autran e Cláudio Correia e Castro. O áudio do bate-papo, que passearia por temas como sua dura realidade na infância e a maneira atípica como o teatro acabou entrando em sua vida, é uma das raridades do acervo do Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da Funarte.

Nos anos 70, em iniciativa conjunta da Funarte com o Ministério da Educação e Cultura e o Serviço Nacional de Teatro, a coleção de livros intitulada Depoimentos reuniu entrevistas com alguns dos mais importantes artistas da cena teatral nacional. Cleyde Yáconis, grande dama do teatro brasileiro, foi uma das atrizes a dar seu testemunho para a posteridade: "Meu pai, uma figura que eu lastimo não conhecer hoje, era uma pessoa muito estranha. Só pode ter amado minha mãe, que foi uma mulher muito bonita. Meu pai, eu tenho desconfiança que ele foi escroque, não sei", revela a atriz durante a entrevista. "A nossa alimentação era roubada de uma quitanda e, graças a Deus, a cerveja Caracu, onde eu tomei bastante levedo. Acho que o dono tinha dó", continua.


"Ele tinha um requinte de espancamento", diz atriz sobre o pai

As memórias dos dolorosos primeiros anos de vida prosseguem. Sobre o pai ("filho de calabresa e de grego", diz ela), a atriz revela que usava roupas elegantes e procurava se cuidar, enquanto as filhas mal tinham o que vestir e ainda eram espancadas. "Ele tinha um requinte de espancamento, que se batia com o cinto era do lado da fivela (…) Eu e Cacilda somos muito parecidas com ele, principalmente na mão. Ele gostava de bater aqui no cocoruto, pra gente desmaiar. Entende? É a lembrança que eu tenho do meu pai até quatro anos".

 

A separação dos pais aconteceria quando a atriz tinha exatamente tal idade. "Nós ficamos um ano na casa da minha avó. Embora possa parecer inacreditável, durante o ano que ficamos lá, jogada fora ou não, minha mãe tinha o estigma de separada", continua a atriz. "Nós ficamos no fundo do quintal, num depósito da casa do meu avô e jamais sentamos na mesa. Só comíamos realmente quando sobrava".

Durante a entrevista, viria a revelação de que a irmã da atriz, Cacilda Becker (1921-1969), uma das mais celebradas atrizes da história do teatro brasileiro, teve seu despertar artístico através da dança. "Quando a fome apertava muito, a Cacilda dançava", lembra Cleyde. A partir do amor pela dança, Cacilda ingressaria no teatro e daria melhores condições de vida à família, como observa Cleyde: "Eu era enfermeira de acidentados numa companhia de seguros. E a Cacilda, fazendo teatro, já nos ajudava financeiramente, de forma que aos 18 anos a gente já morava numa casinha de tijolo, sobradinho, mobilinha e tal".


Através do teatro, a garantia do sustento familiar

O ingresso de Cleyde Yáconis no teatro não tardaria: "Arranjei um emprego no guarda-roupa do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia)". Cleyde já tinha, então, 24 anos, e logo seria chamada a substituir uma atriz, que ficara doente, no clássico Anjo de Pedra, de Tennessee Williams. Em seguida, o diretor Ziembinski a convidaria a participar de Pega-fogo, que seria o espetáculo das segundas-feiras. "Ele disse: não vai prejudicar os seus estudos e você ganha um tutuzinho".

 

Cleyde faz, então, declaração surpreendente na entrevista: "Foi por causa do tutuzinho que aceitei e fiz a minha primeira peça ensaiada, que estreou também em 1950, em Espetáculos de Segunda-feira e, em janeiro, não prestei o exame da Faculdade de Medicina. Não porque tivesse me apaixonado pelo teatro, mas simplesmente porque fiquei espantada com o que iam me pagar para fazer teatro. Eu ia levar dinheiro pra casa". Durante a entrevista concedida ao SNT, a atriz revê sua trajetória no teatro e comenta o trabalho com alguns dos principais diretores até então.

Ouça a entrevista de Cleyde Yáconis ao SNT em 8/10/1975:

 

Parte 1 (arquivo MP3 com 56,1 MB a 192 kbps, 1h00'43")

Parte 2 (arquivo MP3 com 61,5 MB a 192 kbps, 1h06'52")

Cleyde Yáconis fala sobre a novela Cidadão Brasileiro, da qual participa em 2006, na TV Record

Vídeo publicado no YouTube em 11/12/2006 por bbbernardo (1'35")

Cena da novela Mulheres de Areia, escrita por Ivani Ribeiro e dirigida por Edson Braga.
O aniversario de 27 anos das gemeas. Na cena estao presentes : Eva Wilma (que interpretou magistralmente Ruth e Raquel), Carlos Zara (Marcos), Rolando Boldrin (Cesar), Cleide Yaconis (Clarita), Lucy Meirelles (Isaura), entre outros.

Ivani Ribeiro e Janete Clair foram as autoras de novelas de maior criatividade, versatilidade e sucesso dos anos 60 e 70. Ivani Ribeiro começou na TV Excelsior, e ajudou a emissora a ser a mais poderosa TV dos anos 60 -- semelhante a Rede Globo nos anos 70 e 80. Para se ter uma idéia, quase que todos os grandes talentos que foram a marca da Globo nos anos 70 eram contratados da Excelsior: Regina Duarte, Francisco Cuoco, Gloria Menezes, Tarcisio Meira, Dina Sfat, Walter Avancini entre muitos outros. Mas suas dificuldades financeiras, e por terem se oposicionado ao golpe militar de 64, destinaram a emissora a fechar as suas portas em 1969. De um a um, o talento da emissora foi se mudando para a Rede Globo , menos um, Ivani Ribeiro, que acabou indo para a Rede Tupi (onde já havia trabalhado esporadicamente, se revezando com a Excelsior).

Na década de 70, quando a Globo poderia colocar estática no ar e ganhar na audiência, Ivani Ribeiro era a única autora que fazia a emissora suar frio. E conseguiu ganhar na audiência 2 vezes com as novelas Mulheres de Areia e O Profeta (1977). O
que faz a questão de porque a Globo levou tanto tempo para trazer a autora para sua casa ainda maior (seria lealdade por parte da autora?). E quando a Tupi fechou, ela ainda teve uma passagem de alguns anos pela Rede Bandeirantes e Record antes de chegar na Globo. Quando finalmente a autora passou para a equipe da Globo, a emissora só uma vez a deixou criar um roteiro original, Final Feliz em 1982, e o resto foram remakes de seus sucessos passados. A autora faleceu em 1995.

A mesma questão se pode colocar em referência a Eva Wilma, que foi a atriz de maior sucesso da Tupi e ficou com a emissora até a sua falência, enquanto parte do elenco ia aos poucos se mudando para a emissora vizinha (como Antonio Fagundes, Toni Ramos, Denis Carvalho entre outros). Eva Wilma e Carlos Zara eram o equivalente a dupla Tarcisio Meira e Gloria Menezes na Globo.

Vídeo e legenda publicados no YouTube em 20/2/2008 por hclchicago (1'43")

Apresentação da personagem Brígida Gouveia (Cleyde Yáconis). Sogra de Bete e mulher de Antero, na novela Passione, apresentada pela TV Globo em 2010

Vídeo publicado no YouTube em 28/4/2010 por Elisio Farias Duarte (39")

Cleyde Yáconis interpretando uma das cenas mais hilárias da novela Passione, quando é surpreendida pela empregada ao chamar por Diógenes. Em seguida, senta-se à mesa de carteado com "seus" três homens

Vídeo publicado no YouTube em 11/12/2010 por MrRod355  (3'36")

Cleyde Yáconis e Emílio Di Biasi falam da peça Cinema Éden, de Marguerite Duras, que esteve em cartaz em São Paulo em 2005

Vídeo publicado no YouTube em 11/12/2006 por bbbernardo (3'35")

Vitor Fasano e Cleide Yáconis, em momento de comédia na novela Torre de Babel, da TV Globo

Vídeo publicado no YouTube em 23/10/2007 por novelomania (52")

Novela Rainha da Sucata, de Sílvio de Abreu, apresentada em 1990 pela TV Globo, com Aracy Balabanian como dona Armênia, enfrentando Isabelle  Laurinha, que lhe pedem a devolução do dinheiro, entrando em cena em seqüência Glória Menezes e Cleyde Yáconis

Vídeo publicado no YouTube em 2/5/2010 por degnoser (5'18")