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CONTÊINER...
O contêiner (3)

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Este artigo foi apresentado em palestra de representante da empresa Carioca Containers Ltda. num seminário sobre conteinerização ocorrido em 1984, tendo sido extraído do livro O Transporte Marítimo Internacional, de J. Clayton Santos.

Vale citar que contêiner é a grafia portuguesa para a forma inglesa container, adotada nesse artigo:

Transteiner de 30 toneladas adquirido pela Empresa de Portos do Brasil (Portobrás) 
para operação no cais de conteineres do porto do Recife, em maio de 1988
Foto: Portobrás/Administração do Porto do Recife

O Container

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS - O Brasil, por ter ratificado a proposta da International Standards Organization (ISO), para normalização técnica dos containers, fundamentou toda a sua regulamentação, tanto para o uso como para a construção desses cofres no nosso País, baseando-se naquela diretriz. Essa regulamentação é controlada pelos órgãos Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que é um órgão técnico da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio.

O sistema proposto pela ISO é modular, ou seja, os containers formam unidades que se encaixam perfeitamente, ocupando os espaços de forma racional, tanto nos veículos como nos pátios ou armazéns.

As dimensões altura (8 pés) e largura (8 pés) são sempre invariáveis (N.E.: na época da redação original deste texto começavam a ser padronizados os conteineres extra-altos, com altura de 8 ½ pés), sendo que o comprimento varia, dependendo do módulo. A unidade modular é o container de 20 pés de comprimento, sendo daí tirados os outros módulos. Esse sistema é dividido em dois grupos, propostos dessa forma a fim de atender ao transporte das mais variadas mercadorias.

São as seguintes as especificações desses dois grupos:

Grupos Módulos Dimensões em pés comprimento x largura x altura Capacidade volumétrica em pés cúbicos Capacidade gravimétrica 
em toneladas
II 1/4 8 x 8 x 5 250 5
1/3 8 x 8 x 6. 2/3 330 7
I 1/2 8 x 8 x 10 500 10 (*)
1 8 x 8 x 20 1.100 20
1.1/2 8 x 8 x 30 1.600 25
2 8 x 8 x 40 2.200 30

(*) O container de 10 pés é também conhecido como baby container
No Brasil, os módulos mais conhecidos são os de 10, 20 e 40 pés.

Note-se que a capacidade gravimétrica indicada é bruta, ou seja, inclui a tara do container; para sabermos o peso útil da carga que o container pode suportar, necessitamos subtrair a sua tara, a qual varia em função do tipo do container, ou melhor, do tipo do material empregado na fabricação do mesmo. Ex.: existem containers com as laterais de aço, alumínio, madeira (plywood) etc.

O volume indicado também varia dependendo do tipo do container; é importante salientar que o volume útil do container é muito difícil de ser atingido com cargas fracionárias, pois haverá sempre uma quebra de espaço. Entretanto, a experiência prova que, independentemente do peso da mercadoria, o container de 20 pés tem acomodado em média 25 a 29 metros cúbicos de carga.

Uma vez que a altura e a largura são sempre constantes (N.E.: na época deste texto começavam os debates para a padronização mundial dos conteineres extra-altos, de 8 ½ pés ...), os módulos são identificados, simplesmente, pelo seu comprimento; assim, quando falamos do container de 40 pés, identificamos o módulo eqüivalente a duas unidades, com as dimensões de 8 x 8 x 40 pés.

Embora a altura normal proposta pela ISO seja obrigatoriamente de 8 pés, existem muitos containers em circulação no mundo todo com uma altura de 8 ½ pés. Esses container foram padronizados pela American Standards Association (ASA).

Como os containers são construídos em função da mercadoria que deverão transportar, existem mais de 20 tipos diferentes de containers, embora com as mesmas dimensões, sendo a única exceção o container conhecido como half ou container de meia altura (4 pés de altura).

São os seguintes os principais tipos de containers:

Open Top - É um container aberto em cima, ou fechado apenas com uma lona removível por ocasião do enchimento ou desenchimento do mesmo. Esses containers são construídos especialmente para atender ao transporte de mercadorias que só podem ser acomodadas (ovadas) pela parte de cima; normalmente, essas mercadorias são içadas através de pontes-rolantes.

Tank - Container-tanque, construído para o transporte de granel, especialmente líquido. Embora a capacidade do tanque construído dentro do container possa variar de volume, sua armação (frame) obedece às dimensões ISO.

Collapsible - Containers desmontáveis. Construídos para facilitar o seu transporte quando vazios. Uma vez desmontados, cinco unidades modulares desses containers perfazem ou ocupam o espaço de uma.

Livestock - Containers para o transporte de animais vivos, também conhecidos como gaiolas ou jaulas.

Ventilated - Container ventilado, próprio para o transporte de mercadorias que necessitam ventilação.

Reefer - Refrigerado. Esse container possui um gerador que mantém a mercadoria constantemente em baixa temperatura. Normalmente esse gerador funciona tanto a combustível (óleo diesel) como eletricidade. Durante o transporte, no navio, ele funciona à eletricidade, sendo ligado à força do navio, através de tomadas; quando em operação de embarque ou desembarque, funciona com seu motor a combustível. (N.E.: deixou de ser mencionado pelo autor um tipo de conteiner reefer que utilizava gás refrigerante bombeado para seu interior por sistemas externos do navio ou terminal, e que depois caiu em desuso).

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