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Originalmente publicado pelo autor em março de 1998,
no 1º CD-ROM jornalístico editado em Santos, também produzido pelo autor
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 07/03/01 22:06:52

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História
do porto
de Santos
7

Estatísticas da CDS

Alto-relevo em porta da diretoria da CDS no Rio de JaneiroPouco antes do término da concessão (que ocorreu em 7 de novembro de 1980), a Companhia Docas de Santos registrou num relatório de diretoria, referente a 1978, alguns dados sobre suas atividades. No trabalho, que se destacou pelas capas inicial e final (com fotos dos alto-relevos das portas do prédio-sede da empresa, no Rio de Janeiro), apresentou um comparativo de movimentações abrangendo várias décadas. O relatório da diretoria da CDS apresentou comentários a respeito do movimento do porto, a seguir transcritos:

O movimento geral do porto de Santos em 1978, incluindo o dos terminais privativos situados na sua "área de administração", foi de 19.695.283 toneladas, contra 18.526.080 em 1977, o que constitui recorde de toda a história do porto.

Das 19.695.283 toneladas, 16.570.241foram movimentadas através das instalações portuárias próprias e 3.125.042 toneladas, ou 15,9% do total geral, pelos terminais de uso privativo.

Apesar das restrições impostas às importações do estrangeiro pelas contingências de ordem econômica e de outras dificuldades, o porto de Santos conseguiu, mesmo assim, superar o movimento de 1974 em cerca de 81.000 toneladas e ainda, com um contingente médio de 12.200 empregados, deixa assinalado o exercício de 1978 em posição merecedora de especial destaque.

Assim, a significativa performance de 78, que suplantou o total de 77 em 6,3%, traduz à toda evidência os redobrados esforços despendidos pela Concessionária para elevar o índice de produtividade dos serviços portuários que realiza em Santos, bem como reflete a ponderável conjugação de esforços de todas as entidades vinculadas ao binômio porto-navio.

Assim também a movimentação de mercadorias nos meses de julho a outubro e no de dezembro foram superiores à dos meses correspondentes dos anos anteriores, ao longo da história do porto, sendo que o recorde mensal de todos os tempos foi alcançado no mês de agosto com 2.044.724 toneladas.

Do mesmo total geral, 12.172.399 toneladas são do exterior e dos outros Estados brasileiros, e 7.522.884 de mercadorias exportadas, resultando na relação 1.6:1 entre essas duas correntes de tráfego, o que mostra estar-se afastando o Porto dos moldes de "nitidamente importador" com tendência a equilibrar os volumes de importação e exportação.

A navegação de longo curso participou com 14.390.422 toneladas (73,1%) e a de cabotagem com 5.304.861 (26,9%), superando os valores de 77 em 6% e 7,1%, respectivamente.

Os principais responsáveis por esses acréscimos foram os granéis sólidos importados - com destaque para o carvão (1.602.701 t) e o trigo (1.575.834 t), ambos recordes, e para a inusitada importação de milho do mercado externo (436.431 t) e os líquidos a granel exportados, também para esse mercado, num total de 1.252.461 t, isto é, 3,5 vezes superior ao do ano anterior.

As 16.570.241 toneladas movimentadas no cais da Concessionária ficaram assim distribuídas:

    Carga geral...............................  4.713.409 (28,5%)
    Sólidos a granel.........................  6.700.962 (40,4%)
    Líquidos a granel.......................  5.155.870 (31,1%)

Do movimento de carga geral, acima indicado, a parcela importada do exterior alcançou apenas 1.930.148 toneladas, quando em 74 atingira 4.589.628, acusando, pois, uma redução de 57,9% nesse interregno decorrente das restrições impostas às importações.

Essa redução entretanto foi compensada pelo aumento global de 27,6% verificado, durante o mesmo período 74/78, na movimentação de granéis sólidos e líquidos.

No comércio como mercado externo, as exportações, que montaram em 74.807,3 milhões de cruzeiros, cresceram em tonelagem 21,1% com relação a 77, tendo como principal responsável o item "líquidos a granel", enquanto as importações diminuíram apenas 0,4%.

A exportação de veículos montados registrou o expressivo incremento de 78%, passando de 27.456 unidades em 77 (até então o maior movimento) para 49.046 em 78, sendo 232.464 pelo sistema "roll-on-roll-off", também a maior marca na espécie.

O movimento de cargas conteinerizadas acentuou sua progressiva evolução, conforme demonstram os dados abaixo (unidades):

1975 1976 1977 1978
29.451 37.412 39.657 51.338

O crescimento entre os dois últimos anos foi de 11.681 unidades (29,5%), das quais 6.869 na Importação e 4.812 na Exportação, mantendo-se a preponderância das unidades de 20 pés (83%) e elevando-se para 13,6 t o peso bruto médio por conteiner cheio.

O movimento de barcaças tipo "lash" (N.E.: extinto poucos anos depois: eram barcaças transportadas por navios da armadora norte-americana Delta Lines, que as descarregavam no mar junto ao cais, para que fosse feita a retirada ou colocação de mercadorias, enquanto o navio prosseguia viagem para outros portos, voltando depois para recolhê-las - e assim evitando custos de estadia parado e acelerando as viagens), que declinara de 613 em 76 para 403 em 77, recuperou-se em 78, totalizando 751 unidades, o que acusa um acréscimo de 86,4% em relação a 77.

Por outro lado, computadas as operações realizadas exclusivamente através do cais da Concessionária, verifica-se que a taxa de produtividade portuária, avaliada em toneladas-ano por empregado, subiu de 1.263 em 76 para 1.277 em 77, alcançando em 78 a marca recorde de 1.367.

Por seu turno, a taxa de produtividade de carga seca, por empregado do Tráfego, passou de 1.438 t em 76 para 1.568 t em 1977, atingindo 1.636 t em 1978, também o maior valor na espécie.

Em 31 de dezembro achavam-se depositadas nas dependências do Porto:

    Carga geral (de importação e exportação).........   171.110 t
    Sólidos a granel (de importação e exportação)...   110.030 t
    Líquidos a granel .............................................   125.185 t

A carga geral de importação (longo curso e cabotagem), estocada nas dependências do porto, passou do máximo do ano, em janeiro, de 196.129 t, para 156.322 t, em dezembro.

Os valores extremos ocorreram, respectivamente, nos dias 12/02/78 - 212.651 t, e 11/07/78 - 139.969 t.

Durante o exercício entraram no Porto 3.575 navios correspondendo à expressiva média de 10 navios por dia; desse total, 3.458 eram cargueiros - com a média de 5.696 t por navio -, 58 de passageiros, 43 de guerra e 16 diversos.

Dos navios cargueiros entrados, atracaram 3.389, sendo 2.653 (78,3%) com menos de 24 horas de espera.

Das 736 atracações de navios cargueiros realizadas com mais de 24 h de espera, 346 (47%) resultaram de dificuldades portuárias e 390 (53%) de problemas dos próprios usuários.A maior demora na atracação foi de 31 dias (navio Carlo M) e ocorreu por causas alheias ao porto; por causas portuárias, a maior demora atingiu 17 dias.

Às 7 horas do dia 3 de janeiro registrou-se o total máximo de 88 navios no porto, sendo 56 atracados e 32 ao largo, mas o mesmo total baixou, sucessivamente, para 80, 76 e 69 nos dias subseqüentes, não chegando a constituir um congestionamento.

Em fevereiro, às 7 horas do dia 4, registrou-se o total mínimo do ano, com 23 navios atracados e 1 ao largo.

Alto-relevo em porta da diretoria da CDS no Rio de JaneiroO coeficiente de utilização do cais da Concessionária alcançou 1.528,4 toneladas por metro/ano, para a extensão de 10.841,7 metros à disposição da navegação, quando em 1977 fora de 1.445,8, apontando, assim, uma elevação de 5,7%.

(...)

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1979.

Conselho de Administração: Cândido Guinle de Paula Machado, presidente; José Eduardo do prado Kelly, vice-presidente; Clovis de Macedo Côrtes, membro do Conselho.Diretoria: Cândido Guinle de Paula Machado, diretor-presidente; José de Menezes Berenguer, diretor-gerente; Luiz de Mello Flores Guinle, diretor financeiro; Gilberto Morand Paixão, diretor administrativo.