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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Batucando nas pretinhas
Da mesma forma que no final do século XX seria considerado uma espécie de analfabeto funcional quem não tivesse aprendido a digitar um texto num computador, cinqüenta anos antes o mesmo era dito de quem não tivesse aprendido datilografia. E uma das mais tradicionais escolas santistas nessa especialidade era a Escola Remington, que emprestava o nome da marca norte-americana de máquinas de escrever.

Fundada em 1925 na Praça Mauá, usava o método de cobrir as letras do teclado, para que o aluno aprendesse sem olhar para as teclas, e ensinava a usar os dez dedos das mãos na escrita do texto. Numa época em que nem se conhecia as chamadas Lesões por Esforço Repetitivo (LER), já obrigava o aluno a se posicionar corretamente frente à máquina, que só existia então na versão totalmente mecânica e geralmente na cor preta, sendo necessário um esforço bem maior nos dedos que nos modernos teclados de computador - daí a expressão "batucar nas pretinhas".


Imagem: acervo Novo Milênio

Este folheto descritivo era entregue a cada aluno, na primeira aula, para que se familiarizasse com as peças. Este foi assinado no início da década de 1950 pela aluna Maria Henriques Pimentel, cujo filho, em 1969, também faria o curso, na filial 2 (Rua Carvalho de Mendonça, 633, esquina da Av. Pinheiro Machado. A escola também teria uma filial no Macuco, na Av. Pedro Lessa, 59, esquina da Av. Senador Dantas, e transferiria sua sede para a Rua do Comércio, 5, altos).

Para se matricular nessa escola, o aluno deveria apresentar atestado de saúde e vacina, devidamente estampilhado, e um documento comprovando alfabetização. Era também exigida dos brasileiros maiores de idade a apresentação do Certificado de Alistamento Militar, Carteira de Reservista, Isenção ou Protocolo do Serviço Militar.

O curso tinha duração mínima de seis meses com aulas diárias de uma hora, ou na forma intensiva (duas horas por dia) poderia ser concluído em três meses. Existiam ainda cursos rápidos de 30 ou 60 dias.

Um folheto da escola, em 1968, informava:


Núcleo de Ensino Profissional Livre
Escola Remington
Diretor: Prof. Moreira Junior
Fundada em 1925
43 ANOS DE ENSINO EFICIENTE
Única especializada no ensino de
DACTILOGRAFIA

Arte de escrever à máquina com todos os
dedos sem olhar para o teclado

Aulas diurnas e noturnas para ambos os sexos

Matrículas sempre abertas

O aluno pode escolher o horário e começar em
qualquer dia.

Aulas desde 8 horas até 21 horas.

A mudança de horário deverá ser efetuada no
fim de cada mês

Conferem-se Diplomas mediante exames,
sendo aprovado.


Além de aprender datilografia, os alunos terminavam o curso com prática na redação dos principais modelos de cartas comerciais, todos terminando com a infalível fórmula "Amos. Atos. Obrds.". Que, apenas algumas décadas depois, já precisa ser decodificada, por não ser mais usada: "Amigos, Atentos, Obrigados"...


Imagem: anúncio no jornal santista A Tribuna, publicado em 6/4/1938, pág. 16

Além de várias escolas competirem pelo uso do nome Remington, existiam em Santos outros estabelecimentos para o ensino de datilografia, como recorda o internauta Vítor Dias, do bairro do Marapé:

"Além da famosa Escola Remington, existiu em Santos a Escola Independência, onde também havia curso de datilografia. A matriz, no bairro do Gonzaga, era no número 458 da Avenida Ana Costa, nos altos do prédio onde está até hoje a lanchonete Sevilha. Em 1971, eu fiz o curso intensivo, com duração de um mês, na filial do Marapé, que ficava na Avenida Pinheiro Machado, nas proximidades do curvão":

Frente e verso do cartão de matrícula em 1971 na Escola Independência

Foto enviada a Novo Milênio por Vitor Dias em 31 de janeiro de 2009

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