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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SHEC
A Humanitária e suas histórias (1)

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Uma das principais bibliotecas santistas; salões onde ocorreram bailes famosos; campanhas assistenciais importantes; a presença de personagens ilustres da história santista e nacional: são alguns dos componentes da história da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio (SHEC), fundada em 1879.

Sobre essa entidade, Francisco Martins dos Santos e Fernando Martins Lichti dedicaram um capítulo de sua obra conjunta História de Santos/Poliantéia Santista (volume 3, 1996, Prodesan Gráfica, Santos/SP):

A sede social da SHEC, em 1979
Foto: Revista Comemorativa ao Centenário da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos - 1879 0 12 de outubro - 1979, Santos-SP, 1979

Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio

Desde algum tempo antes da fundação da Sociedade, o jornalzinho denominado O Caixeiro vinha defendendo a idéia de se fundar uma entidade que congregasse os empregados no comércio da cidade de Santos, com fim de propiciar amparo e socorro a seus associados, a chamada "classe caixeiral".

Desta forma, no dia 12 de outubro de 1879, participantes do Clube Literário Xavier da Silveira (Xavier da Silveira fora também caixeiro na sua juventude) e componentes da classe dos empregados no comércio fundaram, nas dependências da Escola do Povo - no Largo da Coroação, nº 11, atualmente Praça Mauá -, a Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio.

Foi aclamada, nesse dia, a diretoria provisória, sendo assim constituída: presidente Augusto Vieira - fundador e presidente da Escola do Povo; secretário, José Bento Fernandes, e tesoureiro, José Bernardes de Oliveira.

A primeira diretoria definitiva ficou assim formada, posteriormente: presidente, Floriano dos Santos Castro; vice-presidente, João Nepomuceno Freire, e ocupando os demais cargos os srs. José Francisco Pinto Martins, José Bernardes de Oliveira, Antônio Domingues Martins, Manoel Joaquim Borges Júnior, José Bento Fernandes, Antônio Rodrigues Lopes, Fernando do Amaral Ribeiro, Francisco Antônio de Souza Júnior, José Domingues Martins e Pedro Alcântara de Souza Aranha.

Em 30 de outubro de 1880, era aprovado um projeto de José Francisco de Paula Martins, que criava a Biblioteca, que, em pouco tempo, tornou-se a maior da cidade.

O Dr. Manoel Gomes de Argolo Ferrão foi o primeiro médico da Humanitária e foi substituído pelo Dr. Manoel Maria Tourinho, quando este teve que se ausentar de Santos.

A 27 de novembro de 1894, ficou determinada, em assembléia geral, a criação de uma banda de música - filarmônica -, realizando-se o primeiro ensaio no dia 28 de agosto de 1895, sendo a primeira apresentação no dia 9 de outubro de 1895, quando das comemorações do 16º aniversário da fundação da Sociedade. Esta Banda apresentou-se - a convite - em São Paulo e Mogi das Cruzes. Esta filarmônica manteve-se em atividade durante 5 anos.

O ambulatório da Humanitária, tendo em plena atividade o médico Augusto César de Castro Rios
Foto: Revista Comemorativa ao Centenário da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos - 1879 0 12 de outubro - 1979, Santos-SP, 1979

Em 1897, a Humanitária formou um grupo teatral e, em 1902, publicou a Poliantéia, constituída de uma coleção de textos em homenagem à Sociedade.

A Humanitária realizou, durante algum tempo, suas sessões no consistório da Santa Casa. Por volta de 1880, não podendo mais realizar as suas sessões na Santa Casa, instalou a sua secretaria em uma das salas da Sociedade Musical Luso-Brasileira, no Largo do Carmo. Em 1883, devido ao aumento do pessoal, foram alugadas duas salas na Rua 28 de Setembro, nº 1. Em 1887, a secretaria achava-se localizada na Rua General Câmara, nº 77.

Tendo a Câmara Municipal de Santos necessidade do terreno para formar a atual Praça da República, teve que desapropriar e demolir as casas do quarteirão que ia do largo da Matriz até o Largo da Cadeia. Em 1886, a demolição das casas estava completa, com exceção da que abrigava a biblioteca da Humanitária - o sobrado do Largo da Cadeia (ou Largo do Carmo, depois da demolição da Cadeia). Finalmente em 1888, a biblioteca estava localizada na Rua Santo Antônio nº 55, em casa alugada.

Coube ao presidente Adolfo Ferdinand von Sydow a iniciativa da construção da primeira sede própria, na Rua Amador Bueno, 256, em terreno que a Sociedade havia adquirido anteriormente (por volta de 1885). A 1º de junho de 1890, era colocada a pedra fundamental, sendo inaugurada a nova sede em 7 de setembro de 1891. Este prédio foi vendido mais tarde, para ser instalada, ali, a Cúria Diocesana, passando a Sociedade Humanitária a ter a sua sede na Rua 15 de Novembro.

O desenvolvimento da Sociedade, porém, exigia novas acomodações. Foi assim que em 1923, na presidência de José Abelardo Monteiro de Barros, se determinou a construção de uma nova sede, onde permanece até hoje.

A pedra fundamental foi colocada em fevereiro de 1929, sendo inaugurada esta nova sede em outubro de 1931. Os arquitetos foram Frederico de Sabóia e Silva e Paulo da Silva Costa.

Este prédio está localizado na Praça José Bonifácio e nele foram instaladas diversas salas de aula, onde eram ministrados cursos de Português, Francês, Inglês, Alemão, Escrituração Mercantil e Aritmética aos associados. Estes cursos foram encerrados, devido à intensificação dos cursos regulares no Município de Santos.

A Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio é a primeira entidade assistencial fundada em Santos e no Brasil, tendo participado em todos os eventos santistas, desde a sua criação, como a assistência aos feridos da Revolução de 1932. Continua prestando serviços assistenciais, sociais e culturais, através do seu Gabinete Dentário, Assistência Hospitalar, ambulatório médico e sala de enfermagem, e de sua biblioteca, que conta atualmente (N.E.: 1996) com aproximadamente 40 mil volumes, além de arquivo de documentos, jornais e revistas, cujo acervo se constitui em um dos mais importantes da cidade de Santos.

Ocuparam a presidência da Sociedade: Augusto Vieira, Floriano dos Santos Castro, Alfredo Ramires Esquivel, Manoel Barbosa da Silveira, Laureano José de Oliveira, Antônio Ferreira Duarte, Luiz José de Matos, Francisco Portuense Machado Reis, Ernesto Cândido Gomes, Adolpho Ferdinand von Sydow, Ângelo de Souza Ramos Júnior, Manoel Joaquim Borges Júnior, Francisco Máximo de Oliveira, Manoel de Jesus Belmarço, Firmino Ferreira Leão de Moura, Arthur Thomaz Coelho, João Belarmino de Lima, Antônio da Silva Azevedo Júnior, Manoel Lopes Leal, José Augusto Teixeira, Antônio Benedito de Oliveira, Benedito Pinheiro, Francisco Monteiro da Silva, Arnaldo Ferreira de Aguiar, José Pinto da Silva Novais, João de Freitas Guimarães, Guilherme Santos, Armando Luiz dos Santos Dias, João Guilherme Cruz, Eduardo Áureo Vahia de Abreu, Antônio Cândido Gomes da Silva, Esaú Silveira, José Abelardo Monteiro de Barros, Edistio Camargo Santos, Manoel Elias Ruiz, Graciliano Oliveira Fernandes, Synval de Barros Coelho e Mello, Antônio Domingues Martins, Oscar Martins Pinheiro, Floriano de Freitas Guimarães, Manoel Neves dos Santos, Dilermando Cecere Vidal, Olympio Requião, Nelson Prieto Blanco, João Evangelista de Almeida, Sebastião Maurílio Alves e, atualmente (N.E.: 1996), o dr. Nuno Martins Costa. Na presidência do seu Conselho Deliberativo está o jornalista Hamleto Rosato.

No Salão de Festas da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos aconteceram marcantes eventos sociais, culturais e políticos. Nele, durante muitos anos, se reuniu a juventude santista, através das tradicionais vesperais promovidas pelo Centro dos Estudantes de Santos e outras agremiações estudantis, com as melhores orquestras da cidade, das décadas 50 e 60: Cabral Júnior, Haroldo Moura, Hamleto, J. Pinto, Simonei, Mário Folganes e outras de grande sucesso.

A Sociedade tem 261 sócios contribuintes e 437 sócios beneméritos, honorários e remidos. A Humanitária adquiriu mais dois imóveis, enriquecendo seu patrimônio e ensejando a ampliação de suas atividades. São eles: na Rua Joaquim Távora nº 252, com 12 m de frente por 30 m de fundos e na Av. Pinheiro Machado nº 706, com 13 m de frente por 25 m de fundos.

O "Dia do Centenário" (12/10/1979) começou com revoada de pombos, diante da sede social
Foto: Revista Comemorativa ao Centenário da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos - 1879 0 12 de outubro - 1979, Santos-SP, 1979

Em sua coluna A Tribuna nos anos 60, publicada no jornal santista A Tribuna em 12 de outubro de 2004 e referente ao sábado, 12 de outubro de 1963, o jornalista Hamleto Rosato registrou:


Augusto Vieira, presidente da diretoria provisória; Floriano S. Castro, da 1ª, 
e Pedro Mahfuz, presidente da Humanitária em 2004
Ilustração publicada com a matéria

A Humanitária completava 84 anos

No dia 12 de outubro de 1879, no salão da Escola do Povo, por iniciativa de Augusto Vieira, reuniram-se vários amigos e fundaram a Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos, sendo, pois, pioneira como entidade de reciprocidade. Não havendo órgãos oficiais para cuidar da saúde durante dezenas de anos, a Humanitária acolheu a juventude. Grandes médicos de Santos prestaram, gratuitamente, seus serviços, entre os quais o sempre querido e lembrado José Martins Fontes, o poeta vulcão.

Bons presidentes teve a Humanitária e vamos recordar um, o saudoso Synval de Barros Coelho e Melo, em cuja administração foi paga antiga dívida com o Montepio Comercial, que rolou durante longos anos. Ultimamente, o dr. Nunes Simões Costa dirigiu e iniciou a restauração da Humanitária, hoje completamente reformada, graças ao seguimento que deu o atual presidente, o prestante cidadão Pedro Mahfuz.

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