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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIBLIOTECA NM
As aventuras de Anthony Knivet em Santos

Primeiro a usar escafandro nas Américas, viveu com índios e esteve em Santos com os piratas de Cavendish

Nas costas do Ceará, Anthony Knivet foi provavelmente o pioneiro nas Américas a mergulhar com um escafandro, para procurar equipamentos de artilharia que tinham afundado no mar; percorreu o litoral brasileiro, viveu vários meses com indígenas, foi feito prisioneiro pelos portugueses e esteve em Santos com a esquadra do pirata Thomas Cavendish, quando este atacou a cidade no Natal de 1591. Chegou a conhecer o Estreito de Magalhães, mas, doente, foi abandonado numa ilha deserta, sendo capturado pelos portugueses e escravizado, até fugir para a Angola e retornar à Inglaterra. Knivet teve suas memórias publicadas em 1613 pelo editor Samuel Purchas, em sua coletânea de aventuras marítimas Purchas his Pilgrimes, volume 16 de um total de 20.

A obra foi vertida ao holandês e a partir desta edição foi traduzida para o português e publicada pela primeira vez no Brasil, na Revista Trimensal do Instituto Historico Geographico e Ethnographico do Brasil, tomo XLI, parte I, páginas 183-272, publicada no Rio de Janeiro em 1878 (Typ. de Pinheiro & C.), com anotações de J. H. Duarte Pereira. A obra ganhou edição digital na Internet pela Biblioteca Digital Curt Nimuendaju, especializada em livros e artigos sobre línguas sul-americanas. Novo Milênio inclui essa edição em sua biblioteca digital (clique >>aqui<< para obter o arquivo da obra em português - ou >>aqui<< para a versão inglesa de 1906, em formato PDF). Dois trechos do relato, mais relacionados com Santos e São Vicente, são transcritos a seguir, em ortografia atualizada:

Tomada de Santos (1591), na edição holandesa de 1706, Aanmerklyke reys, en verwonderlijk-seldsame Voorvallen op de felve, van Antony Knivet, gedaan uyt Engelland na de Zuyd-Zee, met Thomas Candish, anno 1591 en de volgende jaren

Imagem: site holandês de comercialização de livros usados 2dehands.nl (acesso: 24/4/2013)

[...]

Velejamos vinte dias, e fomos ver as costas do Brasil, sem que soubéssemos ao certo em que paragem éramos d'aquelas partes. Fizemo-nos mais à terra, e descobrimos dois pequenos navios, um dos quais foi tomado e o outro escapou-se. O que apreendemos vinha de Pernambuco e demandava o Rio da Prata; levava mouros (negros) e algumas mercadorias.

Soubemos pelo piloto que nos achávamos no Cabo Frio, que dista doze léguas do Rio de Janeiro e trinta da cidade de Santos, onde tencionávamos ir ter. Neste navio encontramos um frade [03] escondido em uma caixa de farinha.

Dirigidos pelo nosso novo piloto, chegamos à Ilha Grande, que está apartada doze léguas de Santos, e aí nos assenhoreamos de cinco ou seis casas, com os portugueses e selvagens do lugar.

Nesta Ilha Grande encontramos muitas batatas, bananas, várias sortes de raízes, porcos e galinhas, que nos vieram muito a propósito, e nos serviram de refrescos. Era tal a desordem que reinava entre os nossos, que os portugueses, se se tivessem havido com ânimo, teriam morto a muitos; pois os nossos brigavam uns com os outros por causa de comer, procedendo como se fossem não cristãos, mas judeus. Os que melhor se proveram, escondiam-se em alguma cavidade, ou no mato debaixo de uma árvore, e aí permaneciam enquanto lhes durava o alimento.

Quanto a mim, não pude obter (tal era a escassez) comestíveis nem dinheiro, e levado da fome meti-me pelo mato a ver se encontrava batatas ou matava alguma caça. De caminho encontramos sete ou oito da campanha, os quais estavam a brigar por causa de um porco que haviam morto, procurando cada qual apossar-se do melhor pedaço. Enquanto jogavam o soco tomamos um quarto do porto e o levamos para o mato, e nos regalamos esta tarde. No seguinte dia voltamos com uma boa provisão de raízes de batata. Ao chegarmos à casa, em que se achavam os músicos do general, os encontramos ocupados em preparar para o seu jantar oito cãezinhos. Demos-lhes das nossas raízes, e eles, por sua vez, nos deixaram comer do seu guisado.

À tarde, pusemos fogo a um navio novo, queimamos todas as casas, e, desembarcados o negociante e todos os mouros, nos fizemos à vela desta ilha.

Fomos servidos de um bom vento, que em obra de seis horas nos transportou à ilha de S. Sebastião, sita a cinco léguas de Santos [04]. Aferramos, e tanto que nos achamos surtos no porto compareceram a bordo da almiranta todos os mestres e capitães de navio, para saberem de que modo o general pretendia acometer a cidade de Santos [05], e foram todos de parecer que, para por em efeito a facção, bastavam a lancha ou batel grande e a chalupa, guarnecidas com cem homens, pois o piloto português nos havia informado que a cidade não tinha fortificação alguma.

Pelas dez horas da noite, véspera do dia de Natal, achavam-se prontos os nossos batéis para seguirem para terra. Estavam todos tão desejosos de irem neles, que disputavam lugar e se lançavam ao mar uns aos outros.

Ouvindo o general o barulho, mandou que se recolhessem todos a bordo; mas eu, temendo por um lado o general, e desejando por outro ser dos primeiros que saíssem em terra, pois que anteriormente observara que os que vinham por último nada haviam às mãos, meti-me na escotilha da chalupa, e aí permaneci seguramente duas horas. Tendo-se neste entretanto enchido a chalupa de gente, não pude eu sair do meu esconderijo, e nele teria morrido abafado, se não me valera o contramestre William Waldren, que dirigia a mesma chalupa, o qual, ouvindo gritar debaixo de si, levantou a tampa e assim me salvou a vida.

Pelas três da madrugada descobrimos uma canoa ou batel de uma só peça de madeira, em o qual vogavam quatro portugueses e duas mulheres. Uma delas casar-se-ia pela manhã. Apreendemo-los, e nos acercamos de terra, onde aguardamos durante uma hora o nosso batel. Eis que ouvimos uma sineta tangida pelos portugueses; e como nos dissesse o piloto português, Gaspar Jorge, que era chegada a ocasião de sairmos em terra, pois pelo tanger daquela sineta sabia que os portugueses estavam ouvindo missa, a qual se achava em meio, e o frade ocupado em elevar a hóstia, oferecendo-a à adoração do povo, nós sem mais detença desembarcamos todos, caminhamos direito à igreja e tomamos aos homens suas espadas, o que tudo correu mui facilmente.

Aí permanecemos até as sete horas, aguardando que chegassem a nossa lancha ou batel grande e o resto dos nossos, pois que com tão pouca gente (éramos vinte e três) não ousávamos dar saco à cidade; e destarte tiveram tempo alguns portugueses, que estavam em casa, de fugir e esconder o seu dinheiro. Achavam-se na igreja trezentos homens, afora mulheres e meninos.

Saqueamos depois a cidade, e encontramos grande provisão de víveres, numerosas cascas de limão confeitadas, açúcar e farinha de cassave (mandioca), de que fizemos excelente pão. Saqueada a cidade e ordenadas as nossas forças, levou-se ao conhecimento do general o que se havia feito, e, tendo ele transmitido suas ordens e instruções, foram libertados todos os portugueses, menos sete ou oito dos principais que ficaram presos. Fortificamo-nos na cidade. O sr. Cocke, capitão da vice-almiranta e da gente que desembarcara, veio adiante [06].

Mostrou-se muito benévolo para comigo o sr. Cocke, e permitiu-me assistir em uma das celas do convento dos jesuítas, onde ele mesmo, vários capitães e mancebos nobres se foram alojar. Investigando eu todos os recantos das celas, sucedeu que, olhando para baixo de um leito, descobri uma pequena caixa que ali estava posta em um canto escuro. Essa caixa estava bem pregada e tinha os ângulos orlados de veludo branco.

Puxando-a para mim, vi que pesava bastante; despreguei-a, e encontrei nela mil e setecentas piastras, valendo cada piastra quatro schillings ingleses. Assentei morada nesta cela, e ninguém soube do meu feliz achado.

Não se encontraram muitos panos, camisas, cobertores leitos e outros móveis semelhantes.

No dia seguinte, que era de S. Estevão, os portugueses nos fizeram tomar um rebate falso. Entretanto aportou o general com seus navios, e, desembarcando com duzentos homens, mandou que se lançasse fogo ao lado exterior da cidade. Mandou também fazer uma pinaça ou bergantim, que admitisse vinte remeiros, para com ele queimar todos os navios que estavam surtos no porto. Encontramos nesta cidade um inglês, chamado John King, que havia quinze anos aí se achava. Durante o tempo que nos demoramos em Santos esteve o general alojado no convento dos jesuítas, o qual dava muitas saídas para o mar [07].

Dois indígenas, maltratados dos portugueses, fugiram deles, e, como conhecessem bem as entradas do convento, foram ter certa noite à câmara do general, e se apresentaram diante do seu leito com alguns porcos e galinhas que consigo trouxeram. Acordando o general, começou a bradar por socorro; mas um dos selvagens, que falava português, caiu de joelhos dizendo que ali viera, não para fazer-lhe mal, mas para implorar o seu patrocínio.

Quando amanheceu, o general praticou com eles, e por eles soube das forças dos portugueses, e bem assim que estes tencionavam, quando nos retirássemos da cidade, acometer-nos e bater-nos. Informaram mais que três embrulhos grandes com dinheiro e... [08] estavam enterrados debaixo de certa figueira, e nos conduziram a um campo, onde encontramos trezentas cabeças de gado, de que nos servimos, enquanto aí estivemos.]

Um dos nossos navios pequenos, o Daintie, fez em Santos uma boa presa, pois, tendo chegado ao porto primeiro que os outros da frota, carregou-se de açúcar e outras mercadorias valiosas dos navios portugueses que aí encontrara surtos. O capitão do Daintie viera voluntariamente da Inglaterra conosco, e, como lograra agora tão bom lanço, declarou ao general que queria fazer-se na volta da Inglaterra; ao que respondeu o general que tencionava enviá-lo para o Rio da Prata, e depois de boa vontade o deixaria partir.

Demoramo-nos dois meses em Santos, o que foi parte para transtornar-se toda a nossa viagem.

Quando estávamos em Santos, vieram ter conosco vários canibais ou antropófagos, e pediram ao general que aniquilasse os portugueses e conservasse para si o lugar, assegurando-lhe que todos eles tomariam voz pelo general. Este, porém, agradeceu-lhes as suas boas disposições e declarou que por então tinha coisa diferente que fazer.

Achamos também em Santos muito ouro, que os índios trouxeram de um certo lugar, chamado por eles Mutinga [09]. Os portugueses são ao presente senhores do lugar em que existem essas minas.

Muitos dos nossos propuseram ao general que passasse o inverno nesta cidade, mas ele não quis anuir a isto de modo algum.

Desde que parti da Inglaterra até Santos simpatizei muito com um japonês de nome Christovão, porque observara que ele era hábil em muitas coisas. Tornamo-nos amigos tão íntimos que um nada ocultava ao outro. Tendo-o conhecido fiel neste espaço de tempo, falei-lhe do dinheiro que eu achara debaixo do leito do religioso, e por sua vez comunicou-me ele que havia obtido também certa soma de dinheiro. Fizemos então mútuo juramento de compartir tudo quanto Deus nos houvesse de conceder. Quatro dias depois, quando estávamos para partir, disse-me Christovão que a quadra do ano acomodada àquela navegação havia passado, e mais acertado era para nós ficarmos em terra e enterrarmos em algum lugar nosso dinheiro.

Estive por isso e anuí a tudo o que ele teve por melhor. Assentamos que no dia do embarque ele meteria todo o dinheiro em uma canoa, e o iria enterrar na margem do rio. Assim, que entreguei-lhe na madrugada do dia da partida todo o meu dinheiro, jurando ele que voltaria dentro em duas horas. Esperei, porém, cinco, e houvera esperado toda a minha vida, porque ele se embarcara com tudo! Embarquei-me também, e pelos meios competentes reouve o que me pertencia, mas por causa desta deslealdade rompeu-se a nossa amizade.

Os nossos foram também por terra de Santos a S. Vicente e de caminho queimaram cinco engenhos [10].

Quando estavam a embarcar, era tal a desordem que reinava entre os nossos, que os portugueses, se tivessem tido a mesma coragem que nós, poderiam ter-nos roto. Os dois índios, que entraram de noite no quarto de dormir do general, iam também conosco para o estreito de Magalhães [11].

Ao partirmos de Santos, cursava um vento favorável à nossa navegação para o estreito, e o tempo se manteve belo quatorze dias consecutivos. Porém, dois ou três dias depois caímos em calmaria e, tomando a altura, averiguamos que éramos defronte do Rio da Prata. Como nos achávamos alongados de terra, fizemo-nos na volta dela.

[...]


Não sabíamos o que nos cumpria fazer. Assentou-se, finalmente, em seguirmos para Santos, com o fundamento de aí encontrarmos os navios de nossa conserva.

Durante essa tempestade estava eu sentado sobre uma caixa sem poder utilizar-me dos meus próprios membros; e, sucedendo inclinar-se o navio de um lado, resvalou a caixa de estibordo para bombordo, indo parar entre um canhão e a cama do mestre carpinteiro de um lado, e do outro, entre igualmente um canhão e a cama do cirurgião, e assim permaneci toda a noite penetrado de frio. Graças a Deus, não virou a caixa, que, se tal houvesse acontecido, eu não teria certamente evitado a morte.

Ao outro dia acalmou-se a tempestade. A maior parte dos marinheiros e gajeiros, fatigados da faina da noite inteira, vieram dormir debaixo da coberta, e quando os chamavam para algum serviço não acudiam. Isto deu lugar a que o general descesse, munido de um pedaço de cabo do tamanho e grossura de um braço. Um dos marinheiros, vendo-o aproximar-se, escondeu-se atrás de mim, mas o general deu fé dele, e atirou-lhe um golpe que me alcançou em um lado da cabeça, com que fiquei como morto; e como meia hora depois ainda me achassem a jazer no estado em que me deixara o general, agarraram-me para me lançarem ao mar por uma das portinholas, mas aprouve ao Senhor que eu entrasse a falar justamente nessa ocasião, o que me valeu a vida. Aqui um daqueles índios, que foram de noite à câmara do general, acertou de cair ao mar e morreu.

Depois de passarmos muitos trabalhos, alcançamos enfim o porto de Santos, onde, porém, não encontramos nenhum dos navios que se haviam apartado de nós. Aferramos diante de um engenho sito na borda do mar. Perguntou o general se alguém desejava desembarcar, e a isto se ofereceram os capitães Stafford, Southwell e Barker, e com eles mais umas vinte pessoas.

Meteram-se em um batel feito de caixas de açúcar e aduelas de pipas de vinho, vogaram para terra e assenhorearam-se do engenho. Aí encontraram um barco grande; tomaram-no, encheram-no de víveres, e o enviaram para o nosso navio, onde foi mais aceito do que se viera carregado de ouro.

Ficamos aí todo este dia. No outro tornaram eles a enviar ao Leicester o batel grande carregado de açúcar e milho. O general lhes mandou recado que se recolhessem quanto antes a bordo, ao que responderam que ainda havia provisões em terra, e não se reembarcariam enquanto não expedissem tudo para bordo.

Três dias depois de haverem os nossos desembarcado, foram surpreendidos pelos portugueses. Lá se achava o batel pequeno, mas, como o vento cursava de terra, sucedeu que este dia não foi a ela o batel grande, e sim no imediato, e de volta nos trouxe a notícia de como fora aquele outro batel despedaçado e os nossos mortos.

Um dos índios, de que tenho falado várias vezes, havia acompanhado os nossos. Quando estes e os contrários se achavam no mais aceso da briga, o índio, vendo-se já ferido de flecha no pescoço, boca e mais partes do corpo, e conhecendo a disposição do lugar, se pôs em fugida, nadou para o Leicester em um pedaço de madeira, e nos referiu que toda a nossa gente havia sido rota [17].

Pareceu ao general acertado partir deste porto para a Ilha de S. Sebastião, e caso não encontrasse aí nenhum dos seus navios seguir para a Inglaterra; mas no dia em que íamos partir de Santos apareceu além da boca do Rio Bertia [18], onde nos achávamos surtos, o navio Roebuck. Disparou um tiro de canhão, a que respondemos. Veio pois, ter conosco com o seu mastro partido, e juntos nos aproximamos da cidade, a fim de arrasá-la com a nossa artilharia. Encalhou, porém, o galeão Leicester pela pouca profundidade d'água, e com muito custo foi posto a nado. Em consequência disto, assentou-se em que se dirigissem oitenta homens para um pequeno rio que não fica longe da cidade, e desembarcassem no campo das mandiocas, batatas, bananeiras e pinheiros.

Os portugueses, vendo os nossos subirem o rio, saíram ao seu encontro em seis canoas; mas, tanto que os nossos atiraram, retrocederam, de modo que dos batéis, depois de se haverem provido abundantemente daquelas raízes, se tornaram a recolher a salvamento em nossos navios.

Achava-se no Leicester um português que tinha sido aprisionado no navio que tomamos em Cabo Frio. Acompanhara-nos em nossa viagem ao estreito de Magalhães. Vendo os males que nos afligiam, disse que conhecia uma cidade chamada Espírito Santo, da qual os nossos navios se podiam aproximar, e nós, a salvo, assenhorearmo-nos de muitos engenhos e havermos neles numeroso gado. Este dito do português nos fez mudar do propósito em que estávamos de buscar a ilha de S. Sebastião; dirigimo-nos, pois, para o Espírito Santo.

[...]


[03] O tradutor holandês usa invariavelmente da palavra monnik (monge) para designar, quer frade, quer padre. É assim, por exemplo, que se exprime com relação aos jesuítas, que não eram monges.

[04] Todas essas distâncias são maiores que as indicadas

[05] Vila do porto de Santos.

[06] John Jane, autor da relação da viagem do Desire, refere que, ficando Cavendish na Ilha de S. Sebastião, partiram a 14 de dezembro os capitães Cocke e Daseis com o Desire e a Pinaça para tomarem a vila de Santos, em cuja barra surgiram na noite de 15. Pelas nove horas da seguinte manhã chegaram à vila, e, como fossem descobertos, tiveram de desembarcar vinte e quatro gentis-homens, achando-se ainda um bom pedaço atrás o batel grande.

"The cause - acrescenta ele - why master Candish desired to take this towne, was to supply his great wants: for being in Santos, and having it in quiet possession wee stood in assurance to supply all our needs in great abundance. But such was the negligence of our governour master Cocke, that the indians were suffered to carry out of the towne whatsoever they would in open wiew, and no man did controll them; and the next day after wee had wonne the towne, our prisonners were all set at libertie, only foue poore olde men were kept as pawnes to supply our wants. Thus in three dayes the towne that was able to furnish such another Fleete with all kinde of necessaries, was left into us nakedly bare, without people and provisions.

.........................................

"In conclusion wee departed out of the towne through extreeme want of victualles, not being able any longeer to live there, and were receive a fewe canisters or baskets of cassavi-meale."

[07] Conquanto o padre Ignacio de Azevedo, visitador-geral dos jesuítas, extinguisse em 1567 o colégio de S. Vicente e mandasse os religiosos para o Rio de Janeiro, todavia conservou a casa que havia em Santos, a q1ual foi depois colégio com o nome de S. Miguel. Vide a Memoria de fr. Gaspar da Madre de Deus, tomo segundo da Revista do Instituto.

[08] a lacuna é do texto.

[09] Piratininga, segundo se depreende do seguinte trecho da Descripção das Indias occidentaes de Johannes de Laet, pág. 515 da tradução francesa: "La ville de Santos fut prise et pillée par le valeureux chevalier Thomas Candish l'an 1591, et fut tenue par celui plus de deux mois; entre les autres depouilles il y fut trouvé un peu d'or, que les portugais disayent avoir eté apporté là par les sauvages du lieu, nommé vulgairement Pirataininga, où on dit que les portugais ont maintenant une mine".

[10] "Wee burnt Sant Vicent to the ground." - John Jane.

[11] Segundo o protesto assinado pelos tripulantes do Desiré e inserto na Relação de John Jane, Candish partiu da Inglaterra a 26 de agosto de 1591; a 5 de dezembro chegou à Ilha Placentia (Ilha Grande), donde partiu a 11; a 14 aportou na Ilha de S. Sebastião; a 16 foi tomada a vila de Santos, e dela se fez à vela o pirata inglês a 24 de fevereiro de 1592.

[17] Esta narração difere em várias circunstâncias de Cavendish - Carta citada.

[18] Bertioga? Cavendish diz haver surgido na baía de S. Vicente; mas um navio do porte do Leicester não podia surgir senão na barra grande de Santos.

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Apresentação do livro, na Revista Trimensal do Instituto Historico Geographico e Ethnographico do Brasil, tomo XLI, parte I, publicada no Rio de Janeiro em 1878. Clique >>aqui<< ou na imagem acima para obter a obra, em formato PDF. Original na Biblioteca Digital Curt Nimuendajú (acesso: 24/4/2013)

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Mapa raro do Oceano Atlântico baseado nas primeiras explorações marítimas e nos relatos de Anthony Knivet,que o gravador holandês Pieter van der Aa publicou em Leyden, no ano de 1706, em Naauwkeurige versameling der gedenk-waardigste zee en landreysen… O mapa, com 22,9 x 15,3 cm e colorido à mão, foi denominado "A. Knivets Zeldzame Reystogt door de Straat Magellaan na de Zuyd Zee tot aan ayn Vlugt in Angola Agtervolgt".

Imagem: site de leilões Old World Auctions, de Virginia/EUA (acesso: 24/4/2013)

outra versão desse mapa, com cores diferentes. Clique no mapa para obtê-la, ampliada

Frontispício do quarto volume da edição em cinco livros de 1625 publicada em Londres, e as páginas 1201, 1202, 1203 e 1204, com o início do capítulo VII em que é relatada a história de Knivet. Obra preservada na coleção de livros raros The Kraus Collection of Sir Francis Drake, da Biblioteca do Congresso, Washington/EUA

 

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O 16º volume de Hakluytus Posthumus or Purchas His Pilgrimes, publicado em Glasgow/Escócia em 1906 por James MacLehose and Sons para a Universidade de Glasgow. Clique >>aqui<< ou na imagem acima para obter o arquivo dessa obra, em inglês, no formato PDF

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A obra holandesa de 1706 e outras imagens nela publicadas sobre a viagem de Knivet. A imagem inferior é a do mergulho com escafandro feito por Knivet no Ceará

Imagens: site holandês de comercialização de livros usados 2dehands.nl (acesso: 24/4/2013)

 

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A imagem da Tomada de Santos também existe em versão colorida, impressa com matriz de cobre, publicada igualmente em 1706 na Holanda por Pieter van der Aa, no livro Aanmreklyke Reys, en verwonderliyk - seldsame Voorvallen op de selve, Van Antoni Knivet... Uüt Engeland na de Zuyd-Zee..., como descreve a firma antiquária Antiquariat Adina Sommer (acesso: 24/4/2013)

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Itinerário percorrido por Anthony Knivet no Brasil, em reconstituição de Teodoro Sampaio, publicada na pág. 29 da  edição brasileira de As incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet, por Jorge Zahar Editor (organização, introdução e notas por Sheila Moura Hue), 2008, Rio de Janeiro/RJ. A obra tem visualização parcial em Google Livros (acesso: 24/4/2013)

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Outras imagens do livro publicado em 2008 no Brasil (encarte entre as páginas 128 e 129)

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