Esta "Carta da cidade de Santos. Mostrando as casas, as divisões de propriedade, as linhas de bonds e os calçamentos", em escala 1:2.000, sem data ou autor, tem sua imagem preservada no Arquivo Público do Estado de São Paulo. Embora no topo exista a informação de que a planta seria editada pelo Saneamento em 1894, a data deste trabalho  foi estimada em meados de 1889, ainda no Império (meses antes da Proclamação da República) a partir da verificação das informantes citadas no desenho. Clique >>aqui<< ou nas imagens abaixo para ampliá-la:

Imagem: 150x93 cm, no Arquivo Público do Estado de São Paulo (acesso: 18/2/2013)

Um dos destaques é a denominação de Largo da Coroação para a Praça Mauá:

Imagem: 150x93 cm, no Arquivo Público do Estado de São Paulo (acesso: 18/2/2013)

Procedimento de datação:

O limites de datação deste documento foram estabelecidos a partir da Praça Mauá, que só teve esse nome a partir de 6 de outubro de 1887, figurando nesta planta ainda como Largo da Coroação. Já a Avenida Ana Costa embora só fosse oficializada em 16/2/1921, havia recebido em 1887 esse nome, citado no documento. Assim, a planta reflete parcialmente essa transição de nomes ocorrida em 1887, acolhendo "Ana Costa" mas não "Praça Mauá".

As ruas Júlio de Mesquita e Rangel Pestana também foram oficializadas em 1921, mas em sessão na Câmara Municipal de 27 de junho de 1889 foi aprovada moção para que na Vila Mathias as ruas Felix Bento Viana e Alfaia Júnior fossem rebatizadas respectivamente como Rangel Pestana e Júlio de Mesquita, e assim aparecem elas no mapa. Como o postulante da mudança (vereador Oliveira Pinto) sugerisse que os nomes fossem dados a duas ruas quaisquer da Vila Mathias, só depois sugerindo o "rebatismo", entende-se que não havia outras vias com essa denominação na área. A execução da planta, incorporando os dois novos nomes, indica ter ocorrido após a decisão legislativa de 27/6/1889. A Rua XV de Novembro aparece com o nome que tinha até a Proclamação da República em 1889 (Rua 25 de Março).

A Rua Dr. Batista Pereira que aparece na planta teve esse nome no Paquetá até 10 de fevereiro de 1887, passando a ser denominada Rua João Otávio (só em 1921 reapareceria uma Rua Batista Pereira, agora no bairro do Macuco). Essa mudança não está refletida na planta.

Já a Praça da República (que não tem qualquer nome na planta) foi oficializada por abaixo-assinado dos santistas, em importante sessão da Câmara Municipal realizada em 21 de novembro de 1889, e não passaria despercebida a um cartógrafo da região, se a planta fosse posterior a tal mudança.

Embora exista a data 1894 no alto do documento, as informações nele constantes indicam que a execução desta planta teria ocorrido em meados de 1889, ainda no Império e sem incorporar algumas mudanças já ocorridas.