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Publicado originalmente pelo autor no caderno Informática
do jornal A Tribuna de Santos, em 30 de setembro de 1997
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/20/00 22:32:12
POR DENTRO DO COMPUTADOR - 13
Arquivos ainda têm nomes complicados 

Todo programa pode ser considerado um arquivo, mas nem todo arquivo é um programa. Uma primeira classificação dos arquivos pode ser em arquivos executáveis (simplesmente com extensões [*.EXE] ou ainda na forma [*.COM] no caso de arquivos de comandos e [*.SYS], do sistema operacional) e de dados (com milhares de formatos, como os arquivos de imagens [*.JPG] e [*.BMP], os bancos de dados [*.DBF], os arquivos de índice [*.NDX], os arquivos de som [*.MID], entre tantos outros).

Certos arquivos são conhecidos como drivers (geralmente com o final [*.DRV]), conjuntos de instruções específicos para configurar um periférico, como um scanner ou uma placa de som. Existem também as fontes de letras (como os [*.TTF]), que são tabelas especiais com as instruções para o sistema desenhar uma família de letras na tela ou na impressora. De forma semelhante, surgiram recentemente fontes de som, que permitem reproduzir o som de um determinado instrumento musical. Certos programas geram arquivos temporários (final [*.TMP]) ou para cópia de segurança (final [*.BKP], de back-up).

Windows já associa extensões de arquivos com os programas a que se referem
Windows já associa extensões de arquivos com os programas a que se referem

Certos programas podem ter apenas um arquivo executável, enquanto outros podem ser formados por centenas e até milhares de arquivos com funções específicas, como é o caso dos principais grupos de programas: editores de texto (como o Word), planilhas eletrônicas (como o Lotus 1-2-3), bancos de dados (como o DBase), de editoração de publicações (como o CorelDraw e o PageMaker), apresentações (Powerpoint), comunicações (Winfax, Netscape), os modernos games (Doom) etc.

O editor de textos Word para Windows, por exemplo, é um programa composto por um grande número de arquivos. Inclui arquivos executáveis (final [*.EXE]), arquivos de inicialização (tipo [*.INI]), as bibliotecas de funções dinâmicas (chamados arquivos [*.DLL]), os modelos (templates) de documentos (arquivos [*.DOT]), os documentos (como o do original deste texto, em arquivos [*.DOC]), arquivos com imagens clipart que podem ser incluídas nos documentos (por exemplo, arquivos Windows Meta-File, de final [*.WMF]) e outros.

No Windows, o Explorer mostra os arquivos de forma semelhante à do DOS
No Windows, o Explorer mostra os arquivos de forma semelhante à do DOS

A propósito, num micro atual é fácil reunir muitos milhares de arquivos (só o Windows tem várias centenas deles!). Se estivessem todos juntos, seria como encontrar uma agulha num palheiro. Para facilitar a localização, surgiram os subdiretórios (que no Windows 95 são chamados de pastas). O diretório básico, como numa árvore, é chamado de raiz, e os galhos são conhecidos como diretórios. Os galhos que saem de outros galhos, ou seja, as subdivisões dos diretórios, são chamados de subdiretórios. Por exemplo, o arquivo (modernamente chamado de objeto) de fonte de letra [ARIAL.TTF] pode estar no subdiretório [Fontes] do diretório [Windows] do drive [C:], sendo assim representado: [C:\windows\fontes\arial.ttf].

Nomes - No padrão DOS, os arquivos tinham necessariamente de receber um nome composto por oito letras quaisquer, um ponto e mais três letras que serviriam para definir sua finalidade (sendo indiferente usar letras maiúsculas ou minúsculas).

Por exemplo, um arquivo com o logotipo do caderno Informática poderia ser [INFORMAT.BMP] (indicando ser do tipo mapa de bits do windows). Ambientes operacionais como o Windows-95, por exemplo, já permitem atribuir nomes longos aos arquivos, e assim o mesmo arquivo poderia ser chamado de [logotipo do caderno Informática.BMP]). E o sistema Unix é que permite a formação de endereços de arquivos Web, na Internet, do tipo [http://www.atribuna.com.br/index.html], com vários pontos, barras inclinadas etc.

Como a extensão de três letras é que permite ao sistema operacional identificar o tipo de arquivo, não deve ser alterada ao acaso, pois em certos casos poderá parecer até que o arquivo sumiu do computador, já que não será identificado por certos filtros existentes no sistema. Ou então, se você batiza um arquivo de imagem ou de texto com a extensão [*.WAV], o computador vai tentar abri-lo usando um programa destinado à execução de sons do tipo Wave, e obviamente não conseguirá cumprir a tarefa.

Arquivo de som tipo Wave
Arquivo de som tipo Wave
(do príncipe Charles devolvendo Hong-Kong aos chineses em 1º de julho de 1997.
Clique na imagem para ouvir o arquivo, se seu equipamento tiver placa de som)

Vale destacar ainda que quando se instrui o computador para apagar um arquivo, geralmente ele apenas fica invisível para o sistema, através da troca da primeira letra do nome por um símbolo específico e da liberação para uso posterior do trecho da memória que ele ocupa. Assim, enquanto o espaço não for ocupado por outro programa, é possível recuperar o programa apagado com pequenos utilitários (que, como o nome indica, são programas úteis ao relacionamento entre o usuário e o computador), como o Undelete.

Por isso, se você não quer que alguém mais recupere um segredo do seu computador, primeiro copie um arquivo qualquer (de tamanho igual ou maior que o do arquivo secreto), que substitua seu programa inteiramente, para o mesmo nome e diretório do seu programa, e só então instrua para que o computador o apague. Assim, mesmo que algum bisbilhoteiro tente encontrar seus segredos, eles já não estarão mais gravados...