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BAIXADA SANTISTA - LIVROS - Docas de Santos
Um recorte de jornal

Clique aqui para ir ao índicePublicada em 1936 pela Typographia do Jornal do Commercio - Rodrigues & C., do Rio de Janeiro - mesma cidade onde tinha sede a então poderosa Companhia Docas de Santos (CDS), que construiu o porto de Santos e empresta seu nome ao título, esta obra de Helio Lobo, em 700 páginas, tem como título Docas de Santos - Suas Origens, Lutas e Realizações.

O exemplar pertencente à Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos/SP, pertenceu ao jornalista Francisco Azevedo (criador da coluna Porto & Mar do jornal santista A Tribuna), e foi cedido a Novo Milênio para digitalização, em maio de 2010, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, sendo em seguida transferido para o acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos. Assim, Novo Milênio apresenta nestas páginas a primeira edição digital integral da obra (ortografia atualizada nesta transcrição). Este recorte de jornal, sem procedência e com datação manuscrita, foi colado ao verso do frontispício:

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Docas de Santos

Suas origens, lutas e realizações

Helio Lobo

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2 de janeiro de 1960

Sepultado na capital do país o diplomata e escritor Helio Lobo

RIO, 2 (Meridional) – Faleceu ontem, às 11 horas, em sua residência, o escritor e diplomata Helio Lobo, membro da Academia Brasileira de Letras.

O acadêmico Helio Lobo Leite Pereira nasceu em Juiz de Fora, em 17 de outubro de 1883. Seu pai foi o ministro da Justiça de Floriano Peixoto, sr. Fernando Lobo, e sua mãe d. Maria Lobo. Formou-se em Direito nesta cidade, em 1904, tendo obtido distinção em todas as matérias. Mais tarde, de 1922 a 1925, nos Estados Unidos, cursou a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas da Universidade de Columbia.

Depois de ter advogado por algum tempo em Juiz de Fora, Helio Lobo ingressou no Itamarati, exercendo o consulado em Londres e Nova York. Realizou notável carreira diplomática, tendo ocupado, entre outros, os seguintes cargos: auxiliar do Tribunal Arbitral Brasileiro-Peruano (1907-1908); secretário da Delegação Brasileira à I Conferência Internacional Americana, em 1910; 3º oficial da Secretaria de Estado, em 1910; secretário da Comissão Internacional de Jurisconsultos, em 1913; secretário-geral da Delegação Brasileira à Conferência de Paz de Versalhes, em 1919; enviado extraordinário e ministro plenipotenciário em Haia, em 1930; delegado do Brasil à Conferência para Manutenção da Paz, em Buenos Aires,, 1936; delegado brasileiro às 28ª e 29ª sessões da Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra (1938 e 1939); representante do Brasil no Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho (1938 a 1940). No governo Venceslau Brás de 1914 a 1918, foi secretário da presidência.

Eleito para a Academia Brasileira de Letras na vaga de Sousa Bandeira, Helio Lobo pertencia ainda à Sociedade Brasileira de Direito Internacional e ao Instituto Histórico e Geográfico. Entre suas obras publicadas, citam-se as seguintes: "Coisas Diplomáticas", "Brasil, Terra Cara", "O Brasil e seu Princípio de Neutralidade" e uma biografia de seu pai.

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O acadêmico Helio Lobo deixa viúva da Viola Lecke Lobo e dois filhos: o diplomata Carlos Lecke Lobo, atualmente em Washington, e da. Lilian Lobo Melo, casada com o diplomata Paulo Cabral de Melo, que serve na Secretaria de Estado.

Sepultamento – Atendendo a pedido da família, o corpo de Helio Lobo não foi levado para a Casa de Machado de Assis, como é de praxe em caso de morte de acadêmicos. Seu corpo foi velado na Capela Real Grandeza, de onde saiu ontem para o Cemitério São João Batista, às 9 horas.

Imagem: reprodução do recorte de jornal