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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA - ARTACHO - BIBLIOTECA NM
Artacho Jurado (B-2)

Clique nesta imagem para voltar ao índice da obraArquiteto que com suas polêmicas obras marcou a cidade de Santos em meados do século XX, João Artacho Jurado só começou a ter seu valor reconhecido no século XXI.

Mas foi em 1996, no governo do prefeito David Capistrano Filho, que a Prefeitura de Santos determinou a impressão da obra Santos, Jurado: a ilha e o novo, de Paulo Matos e Gegê Leme, com fotos de Ernesto Papa, Gegê Leme e Centro da Memória de Santos. Com 20 páginas mais as capas, a brochura teve projeto gráfico, editoração eletrônica, fotolito e impressão da Prodesan Gráfica:

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Santos, Jurado: a ilha e o novo

Paulo Matos - Gegê Leme

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Edifício Verde Mar

Foto: Ernesto Papa, publicada com o texto

O tempo, o edifício e a memória

Gegê Leme

O tempo vai. Tece, costura, deixa marcas. Constrói e destrói um sem-fim de "realidades circunstanciais", uma sequência de acontecimentos cujos primórdios nos são obscuros e o futuro incerto.

Dado-nos é conhecer a história a partir de onde pudemos registrá-la pela palavra escrita ou de outras formas de registro. Ela nos ensina nossas origens, mas sobretudo nos faz compreender, através de fragmentos de sua infinita trajetória, quem somos como seres humanos.

Assim, a história é nossa memória. Faz a ponte entre o presente, o passado e o futuro, nos integra à linha do tempo e à sociedade. A cidade surge como um modo de existência da sociedade, desenhada e redesenhada sob a ótica de cada geração.

Por ocasião da inauguração da "Ilha de Conveniência", aproveitamos para remarcar um momento da memória santista, valorizado num conjunto edificado a beira-mar, suficientemente conhecido pelos moradores da cidade: o edifício Verde Mar, os abrigos de bonde e a praça da Fonte, no bairro do Boqueirão.

Falamos também do inspirador desse conjunto arquitetônico, o controvertido "arquiteto" João Artacho Jurado, e de sua obra - que em meados do século XX gerou polêmica dentre os arquitetos e críticos no período de efervescência modernista. Sem possuir o título de arquiteto, despertou reações por manter seu estilo e seu posicionamento independentes, seguindo seu próprio ideário político e social em uma época de muita patrulha ideológica e, ainda assim, ser bem sucedido.

Arquiteto é aquele que pensa e produz o espaço habitado, não o detentor do título universitário. Portanto aqui, Jurado é o arquiteto João Artacho Jurado, como tomamos a liberdade de tratá-lo, por ter perseguido tanto como seus contemporâneos os caminhos do bem-estar no espaço urbano.

Desde o aspecto formal até serem marcos referenciais na paisagem, os edifícios de Jurado apresentam uma visão urbana. Ela se inicia no pavimento térreo, de uso coletivo e múltiplo, estende-se na implantação do corpo edificado e na sua relação com o entorno, para finalmente, nas coberturas-mirante, presentear o usuário com um cenário real: a urbe.

Conheçamos Artacho Jurado e suas obras em Santos como parte da história da cidade, assim como conhecemos o Centro, o Porto, a Pinacoteca, o extinto Miramar e muitos outros. Artacho Jurado e suas obras kitsch têm sobrevivido através de décadas. E, ao contrário de muitas expectativas, ainda hoje exercem fascínio sobre muitos confessos e inconfessos admiradores.

Trazemos à luz este ilustre desconhecido e ganhamos assim, com o conjunto arquitetônico formado pelo edifício Verde Mar, os abrigos de bonde e a praça da Fonte Vicente de Carvalho, mais um marco histórico e turístico da cidade.

Cuidemos da qualidade de vida urbana, mais do que edificando freneticamente, cuidando daquilo que já nos pertence.


Vista do Conjunto Paisagístico do Boqueirão, a partir da cobertura do Edifício Verde Mar

Foto: Ernesto Papa, publicada com o texto


Detalhe da vista do Conjunto Paisagístico do Boqueirão

Foto: Ernesto Papa, publicada com o texto