Assumiu por eleição indireta na forma do artigo 4º do Ato Institucional nº 16, de 14/10/1969, e do artigo 1º do Ato Complementar nº 73, de 15/10/1969. O artigo 5º do AI 16/69 determinou que o mandato presidencial terminasse a 15/3/1974.

Posse do general Emílio Garrastazu Medici em 30/10/1969 - transmissão da Agência Nacional - arquivo com 1'31" - 4,61 MB [endereço original: YouTube]:

Posse do presidente Médici e do vice Augusto Rademaker em 1967, no Cinejornal Informativo nº 150, em vídeo  da Agência Nacional, preservado pelo Arquivo Nacional e divulgado pelo portal oficial Zappiens:

Título: Cinejornal Informativo n. 150 (1969) Resumo: [CONSTITUIÇÃO – Proclamada pelos ministros Lira Tavares, Augusto Rademaker e Márcio de Sousa e Melo, no Palácio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro; presentes os ministros Mário Andreazza, Ivo Arzua e Magalhães Pinto] [ARENA – Convenção Nacional, presidida por Filinto Muller, homologa os nomes do general Médici e do almirante Augusto Rademaker para presidente e vice-presidente da república, respectivamente] [POSSE DO PRESIDENTE MÉDICI E DO VICE-PRESIDENTE AUGUSTO RADEMAKER] [BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO – Aspectos dos estandes brasileiro, francês e suíço]

Presidente Médici nos Estados Unidos em 1971, em vídeo  da Agência Nacional, preservado pelo Arquivo Nacional e divulgado pelo portal oficial Zappiens:

Título: Presidente Médici nos Estados Unidos (1971) Resumo: recebido pelo presidente Richard Nixon, na Casa Branca, em Washington visita a Embaixada do Brasil; deposita flores no Túmulo do Soldado Desconhecido; visita a sede da Organização dos Estados Americanos (OEA); oferece recepção à diplomatas. Presença da primeira dama Scila Médici, e do Ministro das Relações Exteriores, Mário Gibson Barbosa.

Atividades de governo do presidente em 1974, em vídeo integral do cinejornal Brasil Hoje nº 52, produzido pela Agência Nacional, preservado pelo Arquivo Nacional e divulgado pelo site oficial Zappiens:

Título: Brasil Hoje n. 52 (1974). Resumo: [PRESIDENTE MÉDICI inaugura o 3º trecho da Transamazônica e atravessa de barco o Rio Negro presente o ministro Mário Andreazza] [SUDENE - Presidente Médici inaugura as novas instalações no Recife; aspectos do desenvolvimento da região através de incentivos fiscais aplicados na hotelaria, indústria, habitação etc.] [PRESIDENTE MÉDICI visita a primeira ala de defesa aérea, base dos aviões Mirage, em Anápolis, GO] [ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO – Programa Sorriso 1974, dedicado à odontologia preventiva, no quadro das atividades da colônia de férias no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro] [SANTOS, SP – Aspectos da cidade]

 Presidente Médici inaugura obra no porto de Santos e visita Cubatão/SP, entre outros eventos registrados no cinejornal Brasil Hoje nº 44, produzido em 1973 pela Agência Nacional, preservado pelo Arquivo Nacional e divulgado pelo site oficial Zappiens:

Título: Brasil Hoje n. 44 (1973). Resumo: [PRESIDENTE MÉDICI em São Paulo: inaugura o primeiro Sistema Central de Carregamento de Cereais, do Programa dos Corredores de Exportação, em Santos, e visita as obras do alto forno da COSIPA, em Cubatão presentes os ministros Pratini de Morais, Mário Andreazza e o governador Laudo Natel] [38º JOGOS ABERTOS DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO E 1º FEIRA INDUSTRIAL DOS ESPORTES, em São Bernardo do Campo, SP] [ESCOLA DE VETERINÁRIA DO EXÉRCITO – Exame feito em um cão, por oficiais veterinários do Hospital dos Pequenos Animais] [MICRO-FUSÃO - Processo de fundição praticado em indústria no Rio Grande do Sul] [SALÃO DA CRIANÇA no Parque Anhembi, SP – Aspectos da programação] [LINDÓIA, SP – Aspectos dos parques, dos hotéis e dos turistas na cidade]

Título: Brasil Hoje n. 53 (1974). Resumo: [PRESIDENTE MÉDICI visita o Porto de Santarém, PA presente o ministro Mário Andreazza] [PRESIDENTE MÉDICI inaugura o primeiro centro urbano da Transamazônica] [LAUDO NATEL, GOVERNADOR DE SAO PAULO, inaugura trechos da Rodovia dos Imigrantes] [TEBASA. Implantação de novo sistema de ligações interurbanas] [ANTONIO OLIVEIRA - Exposição de peças em madeiras, no Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro]

Ações de governo do presidente Médici, no cine-jornal Brasil Hoje nº 51 de 1974, produzido pela Agência Nacional, preservado pelo Arquivo Nacional e divulgado pelo site oficial Zappiens:

Título: Brasil Hoje n. 51 (1974). Resumo: [ISHIKAWAGIMA DO BRASIL - Cerimônia comemorativa do 15 º aniversário com batismo de graneleiros e inauguração do dique nº 2 presentes o presidente Médici e o ministro Mário Andreazza] [SERRA DO MAR em São Paulo – Cerimônia de entrega ao tráfego de trecho ferroviário; presentes o presidente Médici, o ministro Mário Andreazza e o governador Laudo Natel] [FÓRMULA 1 – 2ª prova do calendário oficial, no Autódromo de Interlagos, São Paulo] [CHESF – Obras de expansão da companhia e aspectos da Cachoeira de Paulo Afonso] [ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXERCITO – Colônia de Férias na praça de esportes do Forte São João, no Rio de Janeiro]

Registro oficial da Biblioteca da Presidência da República:

Fonte: Arquivo Nacional - Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República

Emílio Garrastazu Médici

[Mensagens Presidenciais-1] [Mensagens Presidenciais-2] [Discursos] [Ministérios]

[Órgãos da PR] [Viagens] [Vice-presidente]

Biografia

Militar, nascido na cidade de Bagé, estado do Rio Grande do Sul, em 4 de dezembro de 1905. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre (1918-1922), na Escola Militar de Realengo (1924-1927), e na Escola de Armas, atual Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1939), onde retornou como auxiliar instrutor (1940). Tenente do 12º Regimento de Cavalaria, em Bagé, apoiou a Revolução de 1930 e, em 1932, aliou-se às forças que lutaram contra a Revolução Constitucionalista de São Paulo.

Concluiu o curso de Estado-Maior em 1944. Foi comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) de Porto Alegre (1953-1957); chefe do Estado-Maior do comandante da 3ª Região Militar, Artur da Costa e Silva (1957-1960); sub-comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), entre 1960 e 1961; e comandante da 4ª Divisão de Cavalaria, sediada em Campo Grande (1961-1963). Comandante da AMAN (1963-1964), apoiou o golpe de 1964 que depôs o presidente João Goulart.

Nomeado adido militar em Washington (1964-1966), exerceu também a função de delegado brasileiro na Junta Interamericana de Defesa Brasil-Estados Unidos. Foi chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) em 1967 e comandante do III Exército, no Rio Grande do Sul, em 1969. Com o afastamento de Costa e Silva, teve seu nome indicado pelo Alto Comando do Exército à sucessão presidencial. Através de eleição indireta, passou a exercer o cargo de presidente da República em 30 de outubro de 1969. Faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1985.

Período presidencial

Com a posse do presidente Médici, entrava também em vigor a emenda constitucional nº 1, que se denominou "constituição da República Federativa do Brasil" e incorporou as medidas de exceção previstas no ato institucional nº 5 (AI-5). O período foi marcado pelo recrudescimento da repressão política, da censura aos meios de comunicação e pelas denúncias de tortura aos presos políticos.

A esquerda intensificou sua ação, com várias organizações optando pela luta armada. Durante o governo Médici, foram combatidos dois focos de guerrilha rural: Ribeira, em São Paulo, e Araguaia, no Pará. Verificou-se também a intensificação da guerrilha urbana, com assaltos a bancos, seqüestro de aviões e de diplomatas estrangeiros.

Em resposta à radicalização das organizações armadas de esquerda, o governo transferiu o comando das operações repressivas para a recém-criada Operação Bandeirantes (Oban), em São Paulo, que passou a se chamar Comando de Operações de Defesa Interna (CODI) e coordenava as atividades dos Departamentos de Operações e Informações (DOIs).

O aparato repressivo do governo contava, ainda, com os centros de informação das forças armadas: o Ciex, do Exército, o Cenimar, da Marinha e o Cisa, da Aeronáutica. Nesse período, assistiu-se à desestruturação das organizações de esquerda, com a prisão, exílio ou morte de seus principais líderes.

Na área econômica, numa conjuntura internacional favorável, observou-se o chamado "milagre brasileiro", que consistiu na grande expansão da economia brasileira, expressa no vertiginoso crescimento do PIB, na estabilização dos índices inflacionários, na expansão da indústria, do emprego e do mercado interno. Em outubro de 1970, o Brasil obteve do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o maior empréstimo até então concedido a um país da América-Latina.

Ainda em 1970, ampliou-se o limite do mar territorial brasileiro para duzentas milhas. Nesse mesmo ano foi criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), lançado oficialmente o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e o Programa de Metas e Bases para Ação do Governo, que coordenava cerca de duzentos projetos tidos como prioritários para a política de desenvolvimento. Foi institucionalizado o Projeto Rondon, decretado o Estatuto do Índio, e lançado o Plano de Integração Nacional, que previa a construção das rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém e Manaus-Porto Velho.

Em 1972 foi inaugurada a refinaria de petróleo de Paulínia, em São Paulo, a maior do país e, em 1973, o Brasil assinou dois importantes acordos: com a Bolívia, para a construção de um gasoduto entre Santa Cruz de la Sierra e Paulínia, e com o Paraguai, para a construção da usina hidrelétrica de Itaipu. No ano seguinte, foi inaugurada a maior usina hidrelétrica da América do Sul, na Ilha Solteira, e a ponte Presidente Costa e Silva, ligando o Rio de Janeiro a Niterói.