Clique aqui para voltar à página inicial  http://www.novomilenio.inf.br/idioma/nomundo.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/13/10 12:43:42

Movimento Nacional em Defesa
da Língua Portuguesa

A defesa dos idiomas no mundo

Defender um idioma dos abusos na introdução de palavras estrangeiras não é privilégio ou exclusividade do MNDLP. Em diferentes épocas e países, o mesmo acontece ou aconteceu, conforme as necessidades locais. Este espaço pretende demonstrar isso, com exemplos que serão acrescentados paulatinamente:

Índios/Brasil: representantes de tribos do litoral Sul de São Paulo fizeram manifestação na Câmara Municipal de Santos em 3/5/2002 em defesa de sua cultura e de seu idioma, que não vêm sendo ensinados às crianças indígenas pela falta de professores com conhecimento das tradições indígenas. Leia mais.

Europa-geral: grupos minoritários estão realizando manifestações, em defesa dos idiomas regionais, como o gaélico, o basco, o provençal e outros. A Comunidade Européia, por sua vez, dá um exemplo de respeito às diferenças regionais, decidindo arcar com todos os custos inerentes a essa decisão, expressa em sua Regulamentação Número 1. Veja mais.

Alemanha - No início do século XIX, inúmeras palavras inglesas começaram a ser inseridas no alemão. Se até então o vocabulário estrangeiro se restringia aos setores naval e mercantil, a partir de então começou a se expandir para as áreas esportiv e social. Até mesmo palavras de línguas exóticas como o hindu e o persa, filtradas pelo idioma inglês, começaram a ser usadas pelos alemães, numa influência de tal magnitude que provocou a insurgência de muitas personalidades. Por volta de 1800, J.H.Campe propôs substitutos alemães para vários estrangeirismos, conseguindo que muitas de suas propostas fossem aceitas. Richard Wagner também agiu nesse sentido. E Mozart batalhou para que as óperas, até então todas em idioma italiano, fossem compostas e apresentadas em alemão. Veja mais.

Hungria - Em 1957, crianças rasgaram material de ensino do idioma russo, em protesto contra a obrigatoriedade do aprendizado desse idioma imposta pelas autoridades soviéticas. Veja mais.

Espanha - Na década de 1990 reagiu fortemente à tentativa de retirada da acentuação nos teclados dos computadores, o que deixaria o nome do país, originalmente España, como Espana. Em 19/10/2001, terminou em Valladolid (província de Castillla/Leon) o II Congresso Internacional da Língua Espanhola, em cerimônia promovida no Teatro Calderón pelo Instituto Cervantes e pela Real Academia Espanhola, com a presença dos reis de Espanha e os presidentes de México, Argentina, Guiné Equatorial e Colômbia. No evento, transmitido pela TV Espanha Internacional (TV E), foi destacada a importância desse idioma, pois tem 400 milhões de falantes em todo o mundo.


Encerramento do congresso em Valladolid, na Espanha, em 19/10/2001

França - Possui inclusive um Ministério de Terminologia; obriga à tradução de todos os programas de computador; seus aeronautas fizeram greve para forçar o uso do francês nas comunicações entre aeronaves e aeroportos na França; protestou contra a tentativa de retirada do idioma Francês dos Jogos Olímpicos; editou lei para disciplinar o uso desse idioma; leitores do jornal Le Monde protestaram contra a criação de um suplemento em inglês. Veja mais.

Em 2010, os franceses se preocupam com o destino de sua cultura, porque apenas 65 dos cerca de 200 milhões de francófonos são franceses, e cerca de 100 milhões de falantes desse idioma são africanos. Veja mais.

Grécia - Um manifesto assinado por 40 intelectuais gregos, contra o uso crescente de termos de computação em inglês ou baseados nesse idioma, foi divulgado nos jornais nacionais daquele país, cunhando o termo Greeklish para denominar esse processo de degradação do idioma grego em função dos processos de globalização e de união européia. Veja mais.

Islândia - "Alguns vão bastante longe na defesa de seu idioma. Ninguém vai mais longe do que o povo da Islândia. Todo islandês fala o inglês como segundo idioma e a maioria também fala outros idiomas. Contudo, eles protegem ferrenhamente a pureza do idioma islandês. Caso surja uma palavra nova, como software ou nanossegundo, um comitê decide que palavras e sons islandeses devem ser reunidos para representar o objeto novo ou a idéia nova. Inexistem sons não-islandeses no idioma desse povo, cujo número atinge apenas 250 mil pessoas. É digno de menção que a Islândia possui, também, o mais antigo governo democrático (parlamentarista) do mundo e a taxa de alfabetização mais elevada" (John Naisbitt, consultor de Cambridge, em seu Paradoxo Global, conforme citado em discurso do deputado Aldo Rebelo).

País de Gales - Notícia divulgada pelo jornal brasileiro de economia Valor, em 12/7/2000, com o título "Coca-Cola muda o idioma para ganhar mercado":

As pessoas que falam galês receberam com satisfação o anúncio da Coca-Cola que declarou que utilizará o idioma em seus anúncios no país. A empresa de refrigerantes afixará cartazes bilíngües em 500 lojas no norte do País de Gales, onde a língua é mais comumente falada. A decisão da empresa é quase inédita entre as corporações internacionais e foi vista como uma vitória pelo Conselho da Língua Galesa. O conselho da língua deverá criar um endereço eletrônico na Internet onde os lojistas poderão encontrar traduções para que possam exibir textos bilíngües. O idioma galês, que estava em decadência na maior parte do século 20, desfruta agora de uma renascença. Mais de 500 mil pessoas falam a língua atualmente - quase um em cinco moradores do país. Andy Slee, diretor regional da Coca-Cola Enterprises, explicou que o grupo do setor de bebidas desejava vincular-se ao povo e à cultura galesa.

Portugal - Em parceria com o Instituto Camões, a Associação de Defesa da Língua está elaborando o Dicionário Temático da Lusofonia, trabalho de três anos iniciado em 2000. Os portugueses observam, com preocupação, o crescimento da tendência de formação de uma "língua brasileira", como registra o artigo Temática Lusófona.

Em Olivença - ou Olivenza, cidade em território espanhol (a sudoeste de Badajoz, nas coordenadas 38º41'N, 7º09'W), que até 1801 pertencia a Portugal -, surgiu em 2008 uma iniciativa em defesa do idioma e da cultura lusa, a Além Guadiana.  Veja mais.

Estados Unidos - Pelo menos 21 estados (em 2003) possuem algum tipo de defesa legal do Inglês contra a penetração do Espanhol. E universidades como a de Massachusetts estão criando cadeiras de estudo de idiomas como o Português. Veja mais.

Em New York, o projeto Aliança da Língua Ameaçada procura registrar e proteger idiomas ameaçados de extinção, como o mamuju, o garifuna, o vlashki e outras línguas ainda faladas naquela cidade. Veja mais.

Canadá - Notícia do jornal Folha de São Paulo, de 16/2/1998 tem como título "Inglês vira caso de polícia em Quebec", informando que naquela região foram criadas patrulhas contra a não inclusão do francês nos cartazes de lojas e outras divulgações. Veja mais.

Camarões - Pesquisador da República de Camarões alerta em Paris sobre o perigo da extinção de idiomas africanos, lembrando que cada idioma extinto leva também consigo parte de uma cultura. Veja mais.

Arábia - Bom exemplo de um idioma que se renovou e ganhou papel de destaque na transmissão da cultura, o árabe foi por séculos a língua preferida pelos intelectuais. Mas só depois que os sábios islâmicos traduziram as principais obras gregas e orientais para seu idioma, criando para isso as palavras que faltavam em árabe para expressar todos os conceitos. Veja mais.

Ásia-geral - Os países orientais solicitaram em 2003 ao Comitê Gestor da Internet, que define os padrões dos endereços eletrônicos na rede mundial de computadores, a inclusão de codificação que permita o uso de caracteres não latinos nesses endereços, a partir da próxima versão do Protocolo Internet (IP - Internet Protocol). A solicitação foi atendida, e domínios com cedilha e acentuação já são reconhecidos pelo sistema.

Índia - Lingüistas tentam salvar a língua koro, da família lingüística tibeto-birmanesa, ainda falada por cerca de 800 pessoas, e até então desconhecida fora da aldeia rural de Kichang, no Nordeste da Índia. Veja mais.

Indonésia - Em 2010, frente ao avanço do inglês nesse país, o governo teme pela sobrevivência do idioma nacional, oficializado em 1928 para funcionar como língua de união civil, e anunciou um plano para que até 2013 todas as escolas privadas passem a ensinar o bahasa. Veja mais.

China - Reagindo à invasão de expressões estrangeiras (principalmente japonesas e inglesas), e considerando ser o idioma uma questão de unidade nacional - num país com 30 línguas escritas e 100 faladas -, a China decretou no dia 1º/1/2001 que todas as comunicações nesse país deverão ser feitas no chinês padrão, inclusive na imprensa, nas emissoras de rádio e televisão, na publicidade e nos livros. Todos os termos estrangeiros deverão ser vertidos para o chinês padrão e até a forma de pronunciá-lo deve seguir o padrão continental, evitando-se nas transmissões as adaptações encontradas em Hong-Kong e Taiwan. O mais importante dicionário de chinês já está sendo publicado sem as adaptações fonéticas chinesas de palavras inglesas, como "wei ta ming" no lugar de "vitamin" (vitamina). A palavra foi substituída nesse dicionário por "wei sheng xu", que significa "manter a vida". Veja mais.

Tibete - Matéria de Lewis M.Simons sobre a dominação chinesa no Tibete ("Tibetanos - Avanço e resistência"), publicada na edição de 4/2002 da revista National Geographic Brasil, relata: "Se a religião é crucial para a cultura ancestral, a língua - incompreensível para os chineses,q ue não se dão o trabalho de aprendê-la - é o segundo pilar da identidade tibetana. os novos empreendedores tibetanos financiam escolas e faculdades para ensinar sua língua aos jovens, que correm o risco de perder seu idioma original conforme se tornam fluentes em chinês, a língua que têm de usar se quiserem progredir na vida."

O pesquisador entrevistou Arzong, um instrutor de 39 anos de idade da Escola de Língua Tibetana no Leste do Tibete, cerca de 500 quilômetros a sudeste de Derge: "Em seu escritório espaçoso e mobiliado, Arzong demonstrou que podia comunicar-se pela Internet em sua língua original. 'Há uma fartura de livros e literatura em tibetano, disponíveis em meio eletrônico ou impresso', declara, animado. Naquele verão o instrutor escrevia um livro sobre gramática tibetana para professores e preparava também a edição de uma coletânea de contos folclóricos. Ele admitiu, porém, que a única razão para crianças e jovens aprenderem hoje sua língua ancestral era preservar o ameaçado nacionalismo tibetano."

Japão - Como reação à crescente anglicização do idioma japonês, o Ministério de Educação, Cultura, Esportes, Ciências e Tecnologías criou uma comissão de 20 especialistas para promover a tradução dos termos estrangeiros usados no país. Veja mais.

Timor Leste - Após a independência, aproxima-se dos países de língua portuguesa como forma de recuperar seu idioma tradicional. Veja mais.

Nações Unidas - a Universidade das Nações Unidas (UNU) vem desenvolvendo desde 1996 um trabalho internacional - inclusive com a participação de um pesquisador paulista - para a criação de um idioma eletrônico universal a Universal Networking Language (UNL), que permita a uma pessoa escrever em seu idioma nativo e seu texto ser automaticamente traduzido para o idioma nativo de cada leitor em todo o mundo. Cada palavra de cada idioma recebe uma codificação, incluindo seus diferentes sentidos e usos em expressões, formando um dicionário central único e em constante atualização. Os programas de navegação na Web incorporarão um aplicativo de tradução automática do texto nessa linguagem universal para o idioma do usuário. O sistema já está em testes com 12 idiomas, incluindo o português.