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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIBLIOTECA - TEATROS
Memórias do Teatro de Santos (03)


Clique na imagem para voltar ao índice da obraComo em muitas outras cidades brasileiras, a memória do teatro santista raramente é registrada de modo ordenado que permita acompanhar sua história e evolução, bem como avaliar a importância dos artistas no contexto nacional, rememorando as grandes atuações, as principais montagens etc.

Uma tentativa neste sentido foi feita na década de 1990 pela crítica teatral santista Carmelinda Guimarães, que compilou depoimentos escritos e orais, documentos e outros registros, nas Memórias do Teatro de Santos - livro publicado pela Prefeitura de Santos em 1996, com produção de Marcelo Di Renzo, capa de Mônica Mathias, foto digitalizada por Roberto Konda. A impressão foi da Prodesan Gráfica.

Esta primeira edição digital em Novo Milênio foi autorizada pela autora, Carmelinda Guimarães, em 6 de janeiro de 2011. O exemplar aqui utilizado foi cedido pelo ator santista Osvaldo de Araujo:

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Memórias do Teatro de Santos

Carmelinda Guimarães

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O teatro de Santos

A primeira casa teatral instalada em Santos, em 1830, ocupava uma construção já decadente do século XVIII, e situava-se na Praça Mauá (Largo da Misericórdia), esquina da Rua Riachuelo (Travessa do Teatro). Destinado ao hospital militar, o imóvel foi doado à Santa Casa, que o vendeu a Domingos Martins de Sousa, em 1859. Há informações de que a transação teria ocorrido em 1866, tendo como comprador o ator empresário Dias Braga.

Em 1879, de posse da propriedade, o sr. João Teixeira Coelho transformou-a em armazém cafeeiro. A loja que abrigou o primeiro teatro de Santos tornou-se depois filial das Casas Pernambucanas e Casa Duarte Pacheco, sendo demolida na década de 1940. Na área ocupada pelo teatro foi construído o Edifício Riachuelo, que sediou a Organização Novo Mundo, onde funciona atualmente o Banco Econômico.

O Teatro de Santos, como era conhecido, não dispunha de recursos. E era comum ver escravos levarem cadeiras para que mais tarde seus senhores ali se sentassem, para assistir os espetáculos.

Há registros que indicam a apresentação das melhores peças da época já em 1830. As companhias estrangeiras ali pisaram até 1879, quando o teatro, que já estava em ruínas, desapareceu. O Porto de Santos muito contribuiu para que a Cidade tivesse apresentações de grande porte. Caminho obrigatório das embarcações que chegavam da Europa, era comum que as companhias aqui se apresentassem na chegada ou quando iam embora.

Em 1879, foi o marco do fim do Teatro de Santos e de aparecimento do Rink. Uma casa de diversões ao ar livre. Muito versátil, foi rinque de patinação, picadeiro de circo, arena de touradas, salão de baile,ringue de lutas romanas e palco de teatro. Ficava na Rua D. Pedro II, onde hoje é a Escola Estadual Barnabé.

Oura casa de espetáculo que tivemos foi a Variedades, surgiu em 1899, ficava à Rua São Leopoldo, mas foi logo vendida e transformada em boate.

No ano seguinte ergueu-se o Belezinha do Gonzaga, que, entre outras atrações, também apresentava teatro. Mas este também durou pouco. Santos foi deixando de ter no centro o seu local de divertimento. Começaram as construções na orla da praia. O Belezinha ficava onde hoje é o edifício Independência. Uma atração da época eram os bonecos de pano, feitos pelo João Minhoca. No ano de 1934 foi vendido para o Luna Parque, que o transformou em arena de luta.

Cena de O Jantar de Antevéspera, do grupo de teatro do Real Centro Português

Foto publicada com o texto