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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (R)
População diminui e muda de cidade (1)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas. Entre as conseqüências dessas mudanças, foi percebida uma significativa alteração na densidade demográfica regional. Em 4 de março de 1997, a matéria publicada no jornal A Tribuna refletia os primeiros números do Censo de 1996:
 
CENSO
Número de habitantes cai 1,14% em Santos

Levantamento do IBGE detectou decréscimo de 4.764 pessoas; principal motivo é a mudança para cidades vizinhas

Marcelo Eduardo dos Santos
Da Editoria Local

Os primeiros resultados do Censo de 1996 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na semana passada, demonstram que o número de habitantes de Santos vem diminuindo. Em 1991, eram 417.052 pessoas, enquanto no ano passado foram registradas 412.288. A Cidade se destacou também pela maioria de mulheres, que correspondem a 54% do total.

A perda de habitantes está relacionada à mudança de santistas para as cidades vizinhas mais baratas, principalmente Praia Grande e as demais do Litoral Sul, como Itanhaém. A diminuição foi de 4.764 pessoas e chega a 1,14%, a maior entre os municípios mais populosos.

Segundo o IBGE, o censo de 1996 confirma com maior intensidade uma tendência verificada em 1991, que já apresentava perda de capacidade das metrópoles e centros regionais, incluindo Santos, de atrair fluxos migratórios e queda vertiginosa do número de nascimentos, decorrente da urbanização e acesso a meios de anticoncepção.

O Estado, que durante tanto tempo atraiu os migrantes, agora também é atingido pela queda sucessiva de taxas de crescimento demográfico. Nos anos 80, ele crescia 3% ao ano, caiu para 2,1% em 1991 e agora chegou a 1,5%.

Ranking - No Interior, os principais centros, como Campinas - que perdeu a segunda posição para Guarulhos - e Ribeirão Preto, já não atraem novos moradores como antigamente. Mas altas taxas continuam sendo encontradas nas cidades vizinhas, devido ao encarecimento da vida nas sedes regionais.

Esse fenômeno já atinge a capital há duas décadas. Com índice de crescimento populacional de 0,3% ao ano, São Paulo teve, em 1996, 9.811.776 habitantes. Enquanto as faixas mais pobres se mudaram, devido ao custo de vida, para cidades periféricas como Carapicuíba, Itaquaquecetuba e Guarulhos, a classe média alta foi morar em Barueri e Santana do Parnaíba, em condomínios fechados.

No ABC, o maior crescimento populacional se verificou em São Bernardo do Campo, que com 658.791 habitantes é a quarta do Estado. Santos, que era a décima, em 1991, no ano passado perdeu uma posição, ficando abaixo de Sorocaba, que agora tem 431.370.

Mulheres - O Censo de 1996 indicou também que Santos tem uma proporção de mulheres, em relação ao total da Cidade, acima da média estadual. No município há 192.958 (46%) homens e 219.338 (54%) pessoas do sexo feminino. Em São Paulo, os índices são respectivamente de 49% e 51%.

A professora de Geografia da Universidade Católica de Santos (Unisantos), Ângela Frigério, afirma que esse dado é uma surpresa. Ela lembra que historicamente a Cidade apresentava uma quantidade maior de homens devido ao Porto. Ela chega a lembrar que há muitos idosos no município e que a expectativa de vida das mulheres é maior. O censo também pesquisou a idade da população, mas as informações ainda não foram divulgadas.


Pesquisa realizada pelo IBGE, em 1996, apontou também que
54% da população santista é constituída por mulheres
Foto: Irandy Ribas

Praia Grande e Bertioga cresceram mais

Praia Grande tem, segundo o censo de 1996, 150.574 habitantes. Como uma das cidades que mais cresceram no Estado, esse crescimento populacional está ligado ao custo de vida mais barato e ao boom imobiliário, que a permitiu roubar moradores de Santos e conseqüentemente investimentos.

Mas a professora de Geografia da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Ângela Frigério, destaca o crescimento que vem ocorrendo em Bertioga. A cidade se emancipou de Santos em 1991 e o censo daquele ano apontou 11.460 habitantes. Em 1996 foram encontrados 17.016 moradores, um crescimento de 48%, que é um dos maiores do Estado.

"Bertioga apresenta o maior potencial em terras vastas para o desenvolvimento de empreendimentos turísticos", afirma. Essa capacidade atrai investimentos para a construção civil, comércio e outros serviços.

O censo também revelou que as cidades do Litoral Sul também passam por uma fase de crescimento populacional. Peruíbe, Mongaguá e Itanhaém ultrapassaram as previsões. Têm, respectivamente, 41.390, 26.945 e 60.354 moradores.

O crescimento populacional continua pequeno nas cidades restantes, mas nada parecido a Santos. São Vicente, segundo Ângela, não tem mais atrativo algum. Lá viviam, em 1996, 279.620 habitantes. Em Cubatão, o número de habitantes está mais estável, com 96.486, mas ela lembra que esse dado se refere mais às condições de vida do município.

O levantamento dos dados foi realizado em todas as residências do País. Com a queda do crescimento populacional verificado na maioria das cidades, haverá muito prefeito contestando os dados, que servem de base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Resultado preliminar

Baixada

Estado: 34.055.715

1) Santos
412.288
1) S. Paulo
9.811.776
2) S. Vicente
279.620
2) Guarulhos
972.766
3) Guarujá
226.185
3) Campinas
907.966
4) P. Grande
150.574
4) S. B. Campo
658.791
5) Cubatão
96.486
5) S. André
625.294
6) Itanhaém
60.354
6) Osasco
622.374
7) Peruíbe
41.390
7) S.J. Campos
485.780
8) Mongaguá
26.945
8) R. Preto
452.804
9) Bertioga
17.016
9) Sorocaba
431.370

Fonte: IBGE

10) Santos
412.288
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