Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300a2nb213.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/28/10 15:26:37
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1587 - BIBLIOTECA NM
1587 - Notícia do Brasil - [II - 135]

Clique na imagem para voltar ao índice desta obraEscrita em 1587 pelo colono Gabriel Soares de Souza, essa obra chegou ao eminente historiador Francisco Adolpho de Varnhagen por cópias que confrontou em 1851, para tentar restabelecer o texto original desaparecido, como cita na introdução de seus estudos e comentários. Em 1974, foi editada com o mesmo nome original, Notícia do Brasil, com extensas notas de importantes pesquisadores. Mais recentemente, o site Domínio Público apresentou uma versão da obra, com algumas falhas de digitalização e reconhecimento ótico de caracteres (OCR).

Por isso, Novo Milênio fez um cotejo daquela versão digital com a de 1974 e com o exemplar cedido em maio de 2010 para digitalização, pela Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá. Este exemplar corresponde à terceira edição (Companhia Editora Nacional, 1938, volume 117 da série 5ª da Brasiliana - Biblioteca Pedagógica Brasileira), com os comentários de Varnhagen. Foi feita ainda alguma atualização ortográfica:

Leva para a página anterior

Tratado descritivo do Brasil em 1587

Leva para a página seguinte da série


Trecho do capítulo, na edição de 1938 da Biblioteca Pública Alberto Sousa

SEGUNDA PARTE - MEMORIAL E DECLARAÇÃO DAS GRANDEZAS DA BAHIA

TÍTULO 15 — Dos mamíferos marinhos e dos peixes do mar, camarões etc.

Capítulo CXXXV

Que trata de algumas castas de peixe medicinal.

Jaguaraçá é um peixe que morre a linha, tamanho como cachuchos, e tem a cor de peixe-cabra e feição de salmonete; tem os fígados vermelhos como lacre; a carne deste peixe é muito tesa, muito saborosa; e são tão leves que se dão aos doentes.

Tornam-se na Bahia outros peixes que são pontualmente na feição, na cor, no sabor os salmonetes da Espanha, os quais morrem à linha junto das pedras; e são tão leves que se dão aos doentes. Piraçaquém é um peixe da feição dos safios de Portugal, o qual não tem escama; morre à linha em todo o ano; é peixe saboroso, e muito leve para doentes. Bodiães são uns peixes de linha, que se dão na costa das Ilhas, dos quais há muitos na Bahia; é peixe mole, mas muito gostoso e leve.

Tucupás são uns peixes pequenos e largos como choupas, que morrem à linha; e quando é gordo é muito saboroso. Estes peixes nascem no inverno com água do monte; no céu da boca têm uns carrapatos, que lhes comem todo o céu da boca, os quais lhes morrem no verão, em que lhes torna a encourar a chaga que lhes os bichos fazem; este peixe se dá aos doentes.

Guaibiquatis são uns peixes azulados pequenos, que se tomam à cana, nas pedras, que são em todo o ano muito gordos e saborosos, e leves para doentes; e outros muitos peixes há, muito medicinais para doentes, e de muita substância, que por não enfadar não digo deles.