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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [51]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 1.035 a 1.043, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Cachoeira perto de Baturité
Foto publicada com o texto, página 1.036. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Ceará

Ceará é um dos seis primeiros estados do Norte do Brasil e tem uma área de 104.250 quilômetros quadrados, segundo o cômputo oficial, ou 160.987, segundo o atlas do barão Homem de Mello. As autoridades na matéria não se acham também de acordo quanto à sua exata posição geográfica; mas, conforme a Estatistica do Ceará, do senador Pompeu, está entre 2º45' e 7º11' de latitude, e 2º30' e 6º40' de longitude ocidental do Rio de Janeiro.

É limitado ao Norte e Nordeste pelo Atlântico, ao Sul pelo estado de Pernambuco, a Leste pelos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, e ao Oeste pelo estado do Piauí. Tem cerca de 435 milhas de litoral.

A cadeia de montanhas que constitui a linha divisória dos vales dos rios Parnaíba e S. Francisco se bifurca ao Norte de Pernambuco, formando uma ramificação para Leste, na direção do Cabo Branco, e outra que se distende por todo o Oeste e Norte do estado.

As montanhas formam com o Atlântico um pequeno triângulo que compreende os estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Através desta área apertada, numerosos rios correm velozes para o mar. Depois de uma chuva copiosa, os rios se enchem e se tornam formidáveis, mas, com a vinda de um extenso período de seca, as correntes diminuem e às vezes desaparecem. A razão disso não é tanto a escassez de chuvas como a velocidade com que a água corre para o mar.

Em geral, as chuvas caem de janeiro a maio, embora em anos chuvosos o período possa ir de dezembro a junho, e em anos de seca somente até depois do equinócio de março. Se não houver chuva neste período, a calamidade da seca será certa. As secas mais horríveis de que há notícia no Ceará, durante os últimos duzentos anos, foram as de 1710-11, 1723-27, 1736-37, 1744-45, 1777-78, 1784, 1790-93, 1808-9, 1816-17, 1824-25, 1827, 1830, 1833, 1837, 1844-45, 1877-79, 1888-89, 1898, 1900-03. Dessas observações, parece que as secas ocorrem de 11 em 11 ou de 12 em 12 anos, e descobriu-se que elas coincidem com o mínimo de manchas no sol e com o período de 4.333 dias, conhecido como a Revolução de Júpiter.

Algumas dessas secas foram por vezes desastrosas, não só para a vida dos irracionais, como para a vida humana. A de 1844-5, por exemplo, dizimou a população do estado, embora o governo imperial despendesse 4 milhões de libras em auxílios.

O governo imperial fez grandes esforços para prevenir tais catástrofes, construindo reservatórios e fazendo poços artesianos, mas os resultados não têm sido consideráveis. Têm-se empregado esforços recentemente para se introduzir um sistema de combater a seca, semelhante ao praticado nas áridas regiões dos Estados Unidos, e há esperança de que este sistema concorra muito para a prosperidade do Ceará.

Por outro lado, os trabalhos de irrigação levados a efeito em diversos pontos do estado - especialmente o colossal açude de Quixadá, a cerca de 200 km de Fortaleza, iniciado no tempo do Império - devem contribuir grandemente, uma vez concluídos, para atenuar o flagelo que infelicita o estado.

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Moças cearenses
Foto publicada com o texto, página 1.037. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Clima e população

A temperatura é geralmente alta. Pelos lados baixos do litoral, especialmente, o ar é quente; mas nas terras altas, é mais fresco e muito seco, e por esse motivo o consideram excepcionalmente próprio para a cura da tuberculose. Ali, o inverno é agradável entre junho e agosto, pois o termômetro nunca marca menos de 14º cent. (57.2 F), nem mais de 24º cent. (64.4º F).

Apesar dos reveses das secas e epidemias, o estado tem tido um aumento contínuo de população; e o Brasil lhe deve em parte o grande desenvolvimento da indústria da borracha do Amazonas, pois que dali emigram quase todos os seus operários que se empregam naquela indústria.

Tomando-se em consideração  emigração relativamente grande dos habitantes do Ceará e outras condições que retardam o aumento de população, são de admirar os seguintes algarismos que revelam o poder recuperativo do estado:

1819 201.170 habitantes
1835 240.000 habitantes
1857 426.908 habitantes
1860 504.000 habitantes
1872 721.000 habitantes
1890 806.000 habitantes
1900 850.000 habitantes
1908 886.000 habitantes

Encontram-se por toda parte do Brasil operários cearenses, que são procurados pela sua operosidade e persistência. Da população do estado, uma das mais densas, e também das mais regularmente distribuídas no Brasil, a grande maioria é constituída por uma raça morena, em que predomina o sangue indígena, embora existam algumas famílias em que o sangue de antepassados europeus se conserva isento de mistura.

Os cearenses falam com justo orgulho da beleza de suas patrícias, que gozam de tal fama em todo o país. Ao contrário do que se observa na maioria do resto do país, inclusive o Rio de Janeiro, as mulheres no Ceará são geralmente mais numerosas do que os homens. Nas ruas da Fortaleza, por exemplo, a proporção é de duas ou três mulheres para cada homem.

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1) Saída da igreja; 2) Reunião familiar em Fortaleza; 3) Quadro comemorativo da conferência em que se deliberou libertar os escravos no Ceará (1884)
Foto publicada com o texto, página 1.038. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

História

Em 1534, quando o Brasil foi dividido por d. João III, o litoral e sertão compreendidos entre os estuários do Jaguaribe e Parnaíba foram distribuídos em três capitanias, cada uma com 50 léguas de extensão. Os primeiros europeus que se estabeleceram na costa foram corsários franceses que fundaram um feitoria em Ibiapaba, onde permaneceram até serem expulsos por Pedro Coelho em 1604.

Naquele tempo, toda a costa do Norte do Brasil era densamente habitada por índios canibais, que, apesar disso, eram dóceis e suscetíveis de civilização. Durante a ocupação holandesa dos estados limítrofes no século XVII, os colonos portugueses abandonaram o litoral, internando-se pelo sertão, e assim aconteceu que o interior do Ceará ficou muito mais bem colonizado do que as costas.

Um dos últimos episódios da luta entre os holandeses e portugueses no Ceará mostra o seu caráter selvagem. Num dos assaltos a Fortaleza, foi morto o comandante holandês Jacob Evers e, em represália, 25 prisioneiros portugueses foram levados pelos holandeses e entregues aos seus aliados indígenas para que os comessem.

No século seguinte, registra a história do Ceará a exterminação das tribos dos índios, que foram apanhados e conduzidos para a costa, em rebanhos, como animais selvagens, e vendidos em lotes de 15, nos mercados de Pernambuco e Bahia, a 130$000 mais ou menos.

O Ceará, por pouco, se despovoara e, de fato, disto se livrou com a expedição de um decreto do governo, em 1755, que garantiu direitos civis aos índios e removeu dos casamentos cruzados o anátema de "infâmia".

Em 1799, separou-se o Ceará de Pernambuco e tornou-se capitania independente, com o direito de comércio direto com Portugal. Com a proclamação da independência do Brasil em 1822, foi o Ceará declarado província separada, mas por anos e anos a força na praça pública, em Fortaleza, se manteve em atividade, e só com a abdicação de d. Pedro I, em 1831, foi que a população a destruiu, restaurando-se a paz e a concórdia. Em 1884, quatro anos antes da lei federal, o Ceará aboliu a escravatura. Com a declaração da República, a mudança se fez sem resistência de parte dos habitantes do novo estado.

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Fortaleza, capital do Ceará: 1) Aspecto de rua; 2) O Passeio Público; 3) A praça em que vai ser erigida a estátua a dom Pedro II; 4) A cidade vista da praia; 5) Rua Major Facundo; 6) O desembarcadouro
Foto publicada com o texto, página 1.039. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Indústria

A criação de gado forma a indústria principal do estado, e é avaliada em 2.000.000 de cabeças. Depois da engorda, são as reses fornecidas aos mercados vizinhos de Pernambuco e Bahia, ao passo que os couros, chifres etc. constituem também importante artigo de exportação. Em 1908, atingiu a exportação de animais e seus produtos, só no que toca à Fortaleza, £271.576.

A indústria de madeiras ocupa uma posição de igual importância. A extração de cera da carnaúba é muito lucrativa e a saída anual desse artigo monta a cerca de £100.000. A Manihot cearense, que agora é tão vastamente plantada em outros países e que produz a borracha - maniçoba - é nativa deste estado e, apesar dos pequenos esforços feitos para o seu cultivo, a exportação é considerável.

Parece haver grande futuro para os cultivadores desta planta, porque a terra é barata, abundante o elemento braçal e a árvore não exige grandes cuidados. Atualmente, mostram os relatórios que o valor da exportação anual de borracha do Ceará é de £150.000; mas não representa isto toda a produção, pois grande parte da borracha é levada diretamente por terra aos portos de Pernambuco e Bahia.

O algodão dá abundantemente no Ceará, nos anos em que não há falta de chuvas, e constitui um dos principais artigos de exportação do estado. O solo é também apropriado à cultura do café, mas embora já esse gênero tenha figurado na lista dos produtos de exportação, o valor da sua produção tem decrescido de algum tempo a esta parte, a ponto de ser hoje importado pelo estado para o seu próprio consumo.

Do mesmo modo, o terreno é excepcionalmente adequado ao cultivo do cacau, mas o futuro desta indústria parece depender do êxito das medidas que estão sendo tomadas para neutralizar os efeito da seca. O açúcar e o fumo são cultivados, sendo também um importante artigo a farinha de mandioca (cassava), que é de fina qualidade e muito procurada nos principais mercados brasileiros.

As manufaturas existentes no estado acham-se quase todas na capital, onde algumas fábricas de fiação e tecidos de algodão, sabão e sabonetes, refinação de açúcar, cigarros etc. produzem bons artigos, consumidos, porém, nos mercados locais. Uma pequena indústria que também tem certo desenvolvimento é a das rendas e bordados, feitos geralmente pelas famílias pobres do estado e que são vendidos por todo o Brasil, onde são especialmente apreciados.

Além da capital, merecem referência, por seu desenvolvimento industrial, as cidades de Granja e de Sobral. Aquela, situada a cerca de 25 km da costa, nas margens do Rio Coriaú, é o centro da indústria salina e produz, em média, 14 mil toneladas de sal, que são transportadas pela estrada de ferro de Sobral.

Sobra, com cerca de 20.000 habitantes, é um centro comercial importante e possui uma fábrica de fiação, onde trabalham cerca de 150 empregados.

Entre as frutas, podem ser mencionadas as peras, ananases, cocos, bananas, laranjas, limas e limões, além de inúmeras cidreiras. São dignas de atenção as plantas medicinais.

Há abundância de minerais no Ceará; entretanto, a indústria extrativa é de nenhuma importância. Têm sido descobertas, especialmente, consideráveis jazidas de mármores multicores, granito, barro cerâmico, salitre, pedra-hume, amianto e carvão.

Têm sido também encontrados sinais de ouro em diversas regiões, especialmente nas proximidades de Granja, e outro tanto se observa em relação à prata. Em Paris, foi analisada, com os melhores resultados, uma amostra de cobre de uma mina da Viçosa, na Serra Grande. O minério de ferro é abundante, dando o da Serra do Jardim 80% de ferro puro. Encontra-se também no estado zinco, chumbo, mercúrio, enxofre, arsênico e turmalinas.

Há sal-mineral em várias localidades da referida Serra do Jardim, particularmente em Aracatiaçu, em cujas vizinhanças as águas são tão impregnadas de sal que o gado foge delas com repugnância. Ao longo de toda a costa do estado, o sal marinho é produzido pelo rudimentar processo de captar a água, na preamar, e colher o sal depois da evaporação.

Em 1905, uma companhia encetou perto de Fortinho trabalhos para a produção do sal, com equipamento moderno, e fabricou grandes porções da melhor qualidade; mas tudo abandonou, devido à séria concorrência dos produtores do Rio Grande do Norte. Contudo, outra companhia está levando avante esta indústria em Cocó, a cinco quilômetros de Fortinho.

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Edifícios públicos da Fortaleza: 1) O Palácio do Governo; 2) Telégrafo Nacional; 3) Teatro Alencar; 4) Mercado Municipal; 5) Câmara Municipal; 6) Residência do barão de Camocim; 7) Casa do Congresso
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Meios de comunicação

O Ceará não dispõe ainda de um extenso sistema de estradas de ferro, só havendo três linhas no estado: uma, conhecida pelo nome de Estrada de Ferro de Sobral, que liga Ipu a Camocim, com 216.280 metros em tráfego; outra, a Estrada de Ferro de Baturité, que aproxima Quixeramobim, no centro do sertão, da cidade de Fortaleza, capital do estado, com 297.445 metros em tráfego. A 3ª, que recentemente acabou de ser construída, corre de Senador Pompeu a Crato.

A Brazil North Eastern Railway Co., que tem em suas mãos a rede cearense, prossegue ativamente nos seus trabalhos de construção; e, terminados os seus grandes trabalhos, o Ceará ficará dotado com bons meios de comunicação, não só entre os diferentes pontos do estado, como ainda com os vizinhos estados do Maranhão e Piauí e, ainda mais tarde, com todo o Sul da República.

Já se acha em tráfego regular a comunicação entre Fortaleza, no litoral, e Iguatu, a 413 km para o interior. Há também em projeto uma linha da Great Western Railway of Brazil, em direção do vale do Tocantins, que atravessará o Sul do Ceará.

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London and Brazilian Bank, Ltd., filial de Fortaleza
Foto publicada com o texto, página 1.041. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

A capital

Fortaleza, cidade capital do estado do Ceará, fica situada numa planície à beira-mar, a pouco mais de seis quilômetros da ponta de Mucuripe. Uma parte da cidade se estende pela praia afora e a outra galga uma suave colina de 17,5 m de altura. A cidade ocupa uma área de seis quilômetros quadrados e é cortada por 34 ruas paralelas, na direção Norte-Sul, e por 27 outras na direção Leste-Oeste, ruas estas que são bem calçadas e têm 13,33 m de largura. Além destas ruas, existem três bulevares com 22,22 m de largura, 14 praças convenientemente arborizadas e um passeio público cercado de grades, cuidadosamente plantado e arborizado.

Fortaleza goza de um clima em muito amenizado pela brisa do Oceano. Sua população é de mais de 60.000 habitantes, repartidos por perto de 10.000 prédios. Os edifícios públicos são de sólida construção e em acordo com as exigências climatéricas. O palácio do governo, que data dos tempos coloniais, tendo sido, porém, renovado e melhorado, fica situado na Rua Sena Madureira e com vista para a Praça General Tibúrcio, onde está colocada a estátua em bronze do glorioso soldado. Além dessa, existem várias outras estátuas erigidas em jardins e praças públicas, e em 1913 levantar-se-á a do d. Pedro II, executada por um eminente escultor parisiense.

As igrejas do Patrocínio e Sagrado Coração são impressionantes, assim como a Escola Normal, instalada num prédio de dois andares, de construção moderna. Na Praça Marquês do Herval, ornada de grandes árvores e cercada de belas vivendas, acham-se os alicerces de um enorme teatro, lançados há alguns anos e hoje abandonados. O palácio do Congresso Estadual é um amplo edifício de dois pavimentos e soberba fachada e entrada nobre.

A Biblioteca Pública, de sólida construção, abriga uma coleção de mais de 10.000 volumes. O edifício do Liceu é de construção moderna e dispõe de amplas salas. Convém destacar ainda os edifícios da Escola Normal e Polícia Estadual, entre outros.

Fortaleza está ligada ao interior do estado pela Estrada de Ferro de Baturité, que faz parte da rede de viação férrea cearense, em curso de tomar um grande desenvolvimento. Em seu porto, atualmente em construção e que será um dos melhores do Brasil, tocam vapores do Lloyd Brasileiro, Booth Seteamship Co. Ltd., Red Cross Line e de outras empresas, tanto nacionais como estrangeiras.

A iluminação pública e particular é feita a gás e luz elétrica, e a viação urbana por tramways de tração animal e elétrica; existe uma boa rede de comunicações telefônicas. Além da Escola Normal e Liceu, conta a cidade um Instituto de Humanidades, fundado em 1892, para o ensino de preparatórios, uma Faculdade de Direito fundada em 1903, e numerosas escolas públicas para a instrução primária.

A indústria e o comércio da capital cearense têm também um desenvolvimento notável. Existem fábricas de tecidos de algodão, meias, cigarros, sabão, curtumes etc. etc. Os estabelecimentos comerciais são numerosos e variados, havendo também, além do Banco do Ceará, caixas filiais das mais importantes instituições bancárias que funcionam no país.

A existência da cidade de Fortaleza como comarca independente remonta a 1723, foi criada vila em 1726 e cidade em 1823, ficando então sendo a capital da ex-província do Ceará; com o advento da República, ficou sendo Fortaleza a capital do estado do Ceará. Fortaleza é sede de um bispado e possui numerosas igrejas, das quais a mais imponente é a riquíssima igreja do Coração de Jesus.

A capital cearense é uma das mais antigas cidades do Brasil; e, entre os feitos da sua história, merece especial menção a conferência que ali se realizou para discutir a questão da libertação imediata dos escravos, o que foi levado a efeito no estado do Ceará, quatro anos antes da lei de 13 de Maio, que aboliu a escravatura no resto do Brasil. Ao Ceará, pois, e especialmente à sua capital, cabe a glória de haver dado tão nobre exemplo, pouco depois seguido pela província do Amazonas, também antes de 1888. Ainda hoje existe, na Câmara Municipal da Fortaleza, um quadro comemorativo, no qual se vêem agrupados todos aqueles que tomaram parte na famosa conferência.

A falta dum porto conveniente tem prejudicado o desenvolvimento da cidade, pelo que vai ganhando terreno a idéia de se construir um, protegido por um quebra-mar, em frente à capital.

London and Brazilian Bank, Ltd. - Este conhecido banco, com sede em Londres, tem sucursais nas principais cidades do Brasil. Em Fortaleza, a sua sucursal está instalada em um edifício apropriado e tem a gerência do sr. F. W. B. Kirton. Em outra seção deste livro se encontra uma descrição minuciosas desta importante instituição bancária.

Banco do Ceará - Esta importante instituição bancária, fundada em 1893, é um dos mais conhecidos e reputados estabelecimentos financeiros do Norte do Brasil. O capital subscrito do Banco do Ceará é de Rs. 1.000:000$000, divididos em 10.00 ações de Rs. 100$000 cada uma; o capital realizado é de Rs. 600:000$000, atingindo o fundo de reserva a Rs. 124:000$000.

A posição financeira do banco é a melhor possível, notando-se em seu ativo as seguintes verbas: hipotecas, Rs. 107:000$000; cauções, Rs. 557:3999$284; cartas de crédito, Rs. 613:000$000; empréstimos garantidos, Rs. 860:593$250; letras descontadas, Rs. 836:277$220 - e no seu passivo: garantias, Rs. 1.277:3999$284; depósitos, Rs. 1.637:854$743.

A diretoria é constituída pelo srs. dr. Thomaz Pompeu de Souza Brazil, presidente; Antonio Leal de Miranda, secretário; e Antonio F. de Carvalho Mota, diretor.

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Diretores da Associação Comercial
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Cargos e profissões

Coronel Marcos Franco Rabello - O coronel Marcos Franco Rabello, presidente do estado do Ceará, nasceu a 25 de abril de 1861 na cidade de Fortaleza. Assentou praça como 2º cadete no 15º Batalhão de Infantaria, com o intuito de se matricular na Escola Militar do Rio de Janeiro. Veio para a capital do então Império do Brasil em outubro desse mesmo ano, sendo incluído no 1º Batalhão de Artilharia a Pé, aquartelado na Fortaleza de Santa Cruz.

Matriculou-se na Escola Militar do Rio em março de 1880, como aluno do curso superior, terminando no fim desse ano o curso de Infantaria e Cavalaria. Foi nomeado alferes aluno a 12 de janeiro de 1884, ano em que terminou o curso de Artilharia; e foi confirmado no posto de 2º tenente a 11 de janeiro de 1885. Em dezembro de 1886 terminou o curso de Engenharia, recebendo o grau de bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas. Foi então desligado da Escola Militar, ficando adido ao 2º Regimento de Artilharia.

seguiu em princípios do ano de 1887 para o 4º Batalhão de Artilharia, estacionado em Belém do Pará. De Belém, devido a ter tomado parte na fundação do Clube Militar do Pará, foi transferido para o 3º Batalhão de Artilharia, estacionado em Manaus. Daí, por motivo de moléstia, retirou-se para o Ceará, de onde pediu transferência para a arma de Infantaria, sendo então transferido para o Batalhão de Engenheiros, estacionado no Rio de Janeiro.

A 14 de julho de 1887 foi nomeado auxiliar do ensino teórico da Escola Militar, sendo a 23 de março de 1888 nomeado adjunto interino da 3ª seção do curso preparatório daquela escola, cargo em que se tornou efetivo a 23 de outubro de 1889. Em maio de 1890 foi nomeado professor do 1º ano do Curso de Engenharia da Escola Superior de Guerra, sendo em junho do mesmo ano transferido para a Escola Militar do Ceará, onde serviu até a sua extinção em dezembro de 1897.

Em 1898 foi nomeado professor da escola Preparatória de Tática do Realengo. Foi promovido a tenente em 7 de janeiro de 1890, a capitão graduado em outubro de 1890, a major em 14 de outubro de 1900; e a 17 de dezembro de 1908 foi promovido a tenente-coronel. Em 1910, exerceu o cargo de chefe do Serviço de Estatística da Estrada de Ferro Central do Brasil, da qual foi dispensado em 1911, devido à extinção desse serviço, sendo nesse mesmo ano nomeado chefe do serviço do Estado Maior da 1ª Região Militar, posto que deixou em fevereiro de 1912, para ser eleito presidente do estado do Ceará.

Joaquim Costa Souza – O sr. Joaquim Costa Souza, secretário da Fazenda do Estado do Ceará, nasceu nesse estado em 1865, na cidade de Acaraí. Fez os seus primeiros estudos em sua cidade natal, entrando em seguida para a carreira comercial, ainda muito moço. Depois de completar 18 anos, mudou-se para a cidade de Fortaleza, continuando aí a sua carreira comercial.

Em 1886, estabeleceu-se por conta própria com casa comercial de representações, situada à Rua Major Facundo nº 61, sob a sua firma individual de J. Costa Souza. Representa esta firma numerosas e importantes firmas comerciais inglesas, alemãs, francesas e nacionais, tanto dos estados do Norte como dos do Sul da República, casas essas que compreendem todos os ramos de comércio.

O sr. Joaquim Costa Souza, além do lugar proeminente que ocupa no comércio de Fortaleza, é também uma das figuras políticas de maior destaque na atual situação do Ceará. O sr. Costa Souza foi um dos defensores mais enérgicos, ativos e dedicados da candidatura Franco Rabello no último pleito eleitoral que se feriu no Ceará; pelo que foi chamado pelo coronel Franco Rabello para compartilhar as responsabilidades do governo do estado.

O sr. Joaquim Costa Souza, apesar dos encargos de sua secretaria e das responsabilidades comerciais que lhe acarreta a casa que fundou, desempenha também as funções de cônsul da Holanda no Ceará. Faz parte da Associação Comercial e de vários clubes e sociedades com sede em Fortaleza. O sr. Joaquim Costa Souza, filho de pais pouco abastados, soube conquistar por si uma posição excepcional na vida comercial e política de seu estado natal, gozando em Fortaleza de grande consideração.

Dr. José Getulio da Frota Pessôa – O dr. José Getulio da Frota Pessôa, secretário da Justiça e Interior do estado do Ceará, nasceu a 2 de novembro de 1875 na cidade de Sobral. Fez os preparatórios para admissão ao Curso de Engenharia na cidade de Fortaleza, vindo para o Rio de Janeiro em abril de 1893 e matriculando-se na Escola Politécnica dessa cidade em 1896. Abandonando essa escola, matriculou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, pela qual é formado em Direito.

O dr. José Getulio da Frota Pessoa, poeta e prosador, tem produzido grande número de trabalhos. Em 1898 publicou os Psalmos, que encerram 59 sonetos. De 1900 a 1901 foi redator de O Commercio e tem sido colaborador de O Porvir, do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, Revista do Brazil de São Paulo etc. Em 1912 publicou a Critica e Polemica, livro que teve grande êxito.

O dr. Frota Pessoa é sócio e tem sido por várias vezes secretário do Centro Cearense no Rio de Janeiro. É autor da Mensagem do Centro Cearense ao Ceará, de Impostos de Cabotagem no Ceará, Olygarchia do Ceará etc.

O dr. Frota Pessoa é filho do falecido professor Emiliano Frederico de Andrade Pessôa, latinista notável, que exerceu o magistério no Ceará. Por ocasião de sua eleição para presidente do estado, o coronel Franco Rabello confiou-lhe a Secretaria de Justiça e Interior do estado, cargo em que as suas aptidões lhe darão ensejo de prestar bons serviços à causa do Ceará.

Dr. Ildefonso Albano de Aratanha – O dr. Ildefonso Albano de Aratanha, prefeito da cidade de Fortaleza, nasceu no Ceará e foi educado em Inglaterra, no Stoneyhurst College, e depois na Áustria. Fala o inglês e o alemão com a mesma facilidade com que fala a sua língua materna e é cônsul da Alemanha no Ceará. O prefeito é descendente de uma importante família cearense e neto do barão d'Aratanha. Faz parte de importante firma comercial de que damos adiante uma notícia detalhada.

O dr. Ildefonso Albano de Aratanha assumiu as funções de prefeito da cidade de Fortaleza em 1912 e imediatamente deu início aos melhoramentos da cidade cuja execução lhe pareceu mais urgente. Ainda moço e trabalhador, o dr. Ildefonso lançou-se de corpo e alma à resolução do problema de introduzir em sua cidade os melhoramentos materiais necessários, dispondo apenas de parcos recursos financeiros; estes recursos, pretende o dr. Ildefonso de Aratanha aumentar contraindo empréstimo no estrangeiro.

O prefeito, pelas obras executadas, inspira já a maior confiança à população de Fortaleza e pode-se prever com segurança que, durante os quatro anos de sua administração, a capital do estado receberá grandes melhoramentos materiais.

William Huggins, M.A.S.C.E. – O sr. William Huggins, M.A.S.C.E., gerente geral da South American Railway Construction Co., nasceu na costa Noroeste do Pacífico e foi educado primeiramente em Victoria, Columbia Britânica, e em seguida na Universidade de Washington. Trabalhou em seguida na Northern Pacific Railway (seção do Pacífico), vindo depois para o Brasil, onde foi trabalhar, durante alguns anos, em várias estradas de ferro do estado de São Paulo.

Esteve depois, durante quatro anos, ocupado nos trabalhos para o aumento do abastecimento d'água à cidade de Santos e, durante dois anos, nos serviços de transmissão hidrelétrica para a Companhia Docas de Santos; durante três anos e meio, ocupou-se dos serviços de construção de linhas férreas, ligando Santos com o Sul do estado de São Paulo. Em 1912 veio para o posto que hoje ocupa no Ceará; é casado e reside com sua esposa e filho na cidade de Fortaleza.

Barão de Camocim – O sr. Giminiano maia, barão de Camocim, nasceu a 2 de fevereiro de 1847, e entrou para o comércio ainda muito moço, como empregado de uma importante firma comercial portuguesa da cidade de Fortaleza. Em 1872 associou-se com seus irmãos, já estabelecidos como negociantes no ceará,indo logo para a Europa, a fim de alargar e desenvolver as transações comerciais de sua firma. Nessa viagem, o sr. Gimianiano obteve tão bons resultados para os interesses comerciais da casa de que era sócio, que continuou seguidamente, todos os anos, a fazer viagens comerciais à Europa.

O barão de Camocim ocupou os postos de vice-cônsul da Rússia e cônsul da Bolívia até 1889. Nesse ano, com o advento da República do Brasil, o barão de Camocim, monarquista  intransigente, demitiu-se destes postos. Em 1893 o sr. Giminiano Maia foi agraciado com o título de barão de Camocim pelo governo português. Nesse ano, foi para a Europa e aí demorou-se até ao fim de 1897, quando regressou ao Ceará.

Em 1905 retirou-se da atividade comercial, sendo em 1906 eleito para a presidência da Associação comercial do Ceará, cargo para o qual tem sido sucessivamente reeleito e que ocupa presentemente. Foi em grande parte devido aos seus esforços e iniciativa que a Associação Comercial conseguiu construir o suntuoso Palácio Guarany, onde hoje tem a sua sede.

O barão de Camocim, por sua longa vida de trabalho e sentimentos elevados de humanidade, é nas rodas do Ceará alvo da maior estima e consideração, e ao comércio do Ceará em geral e em particular à Associação Comercial tem prestado grandes e valiosos serviços.

Hugh McKean – O sr. Hugh McKean, gerente geral, na cidade de Fortaleza, da Ceará Tramway, Light & Power Co., Ld., nasceu em Ponte de Galle, Ilha de Ceilão, em 1880; seu pai era um conhecido banqueiro do Extremo Oriente. Com apenas cinco anos de idade, o sr. Hugh McKean foi enviado para a Inglaterra com o fim de se educar, e aí estudou, durante vários anos, na Eagle House School, St. Leonards-on-Sea, Hastings. Completos os seus estudos, o sr. McKean entrou para o Chartered Bank of India, Australia & China, em Londres, onde esteve durante três anos. Entrando em seguida para o London & River Plate Bank, veio trabalhar no Rio de Janeiro e em São Paulo. Mais tarde, empregou-se na Santos Improvementts Co., em Santos, trabalhando nesta empresa durante quatro anos. Em 1912 foi-lhe oferecida a gerência dos trabalhos da Ceará Tramway, Light & Power Co., Ltd., cargo que aceitou.

O sr. Hugh McKean possui uma atividade invejável e em muito pouco tempo é senhor dos detalhes de qualquer empresa ou trabalho que lhe seja confiado. A sua franqueza e gentileza lhe granjearam, não só o respeito dos seus companheiros de trabalho, como também uma numerosa roda de amigos.

Dr. Thomaz Pompeu de Souza Brazil – O dr. Thomaz Pompeu de Souza Brazil, presidente do Banco do Ceará, é um dos homens mais proeminentes no Norte do Brasil. Nasceu no Ceará em 1852 e aí fez os seus estudos preliminares, indo em seguida para Pernambuco, onde se formou. O dr. Souza Brazil tem percorrido todo o Brasil e já foi à Europa por cinco vezes. Nos últimos anos do período monárquico foi 1º secretário da Câmara dos Deputados e, por ocasião da implantação da República, foi escolhido para 1º presidente do estado do Ceará.

Foi, durante 14 anos, diretor da Associação Comercial, e é diretor do Banco do Ceará há 15 anos. O dr. Souza Brazil é também diretor da Faculdade de Direito, há 10 anos, e tem sido presidente de todas as juntas diretoras organizadas para promover exposições do estado no estrangeiro, assim como tem ocupado inúmeros cargos públicos.

É tenente-coronel do Exército e lente da Escola Militar e da Escola de Direito, bem como outros estabelecimentos de instrução. É presidente da Academia Cearense e do Instituto do Ceará. O dr. Souza Brazil tem publicado várias obras sobre Geografia Política, Finanças e outros assuntos de interesse geral. Anualmente, publica um relatório sobre questões de interesse público e toma parte notável em todos os assuntos que interessam à instrução e educação no Brasil.

A sua energia e atividade são excepcionais e, a despeito de sua idade avançada, mantém sempre a mesma atividade, sendo o seu conselho e opinião procurados e acatados nas questões mais diversas. Seus filhos, tanto na capital da República como em Fortaleza, ocupam elevados cargos públicos. O  dr. Souza Brazil se interessa também pela indústria do algodão, possuindo em Fortaleza, de sociedade com um filho, uma fábrica para fiação do algodão.

Dr. Guilherme Studart – O dr. Guilherme Studart, barão de Studart, é filho primogênito do falecido sr. John William Studart, antigo negociante e vice-cônsul britânico no Ceará, e nasceu na cidade de Fortaleza, a 5 de janeiro de 1856. Fez o curso de Humanidades nos colégios Ateneu Cearense e Ginásio Bahiano, onde obteve a medalha de ouro; matriculou-se em seguida na Faculdade de Medicina da Bahia, a 16 de março de 1872, e doutorou-se a 15 de dezembro de 1877.

O dr. Guilherme Studart é um dos médicos e cientistas mais notáveis do Brasil; é médico do Hospital de Caridade de Fortaleza e membro do Instituto do Ceará, Academia Cearense, Centro Literário do Ceará, Iracema Literária, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, British Medical Association de Londres, Sociedade de Geografia de Paris, Sociedade de Geografia de Lisboa etc.

O barão de Studart é um dos três agentes auxiliares, no Ceará, do diretor do Arquivo Público Nacional e foi presidente do Comitê do Ceará no Quarto Congresso Médico Latino-Americano. Tem publicado numerosos trabalhos, entre eles: Grammatica Ingleza, Alexandre Humboldt e Bernardo Manoel de Vasconcellos, Notas para a historia do Ceará, Notas sobre a linguagem e costumes do Ceará, Pathologia Historica Brazileira, Climatologia do Ceará etc.

Dr. Alvaro Fernandes – O dr. Alvaro Fernandes, reputado médico clínico com escritório à Rua Major Facundo, nasceu no estado do Ceará em 1873. Fez os seus primeiros estudos na cidade de Fortaleza, vindo depois para o Rio de Janeiro, onde se formou pela Faculdade de Medicina em 1899. Exerceu por algum tempo a sua profissão no Rio de janeiro, voltando ao Ceará em 1905, onde de então para cá tem exercido a clínica médica. O dr. Fernandes tomou parte no Congresso Médico Americano, reunido na cidade do Rio de Janeiro em 1910, e tem escrito e publicado vários trabalhos de valor sobre medicina. Destes, o principal foi um estudo sobre Disenteria Tropical.

O dr. Fernandes é conceituado especialista em moléstias nervosas e do cérebro. Além de exercer uma extensa clínica, o dr. Fernandes toma grande interesse em criação de gado. Possui duas fazendas, em uma das quais faz criação de gado de raças puras e na outra cria gado mestiço para produção de leite e para o corte.

Na opinião do dr. Alvaro Fernandes o Ceará possui três climas distintos distribuídos a partir do litoral em direção às montanhas, possuindo o clima das montanhas grandes quantidades reconstituintes; na sua opinião, os poucos casos de febre amarela, tifo e tuberculose poderiam ser evitados se se adotassem mais rigorosas medidas sanitárias.

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Ceará Tramway, Light and Power Co. - ponto de partida dos bondes
Foto publicada com o texto, página 1.043. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

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