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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM... - LIVROS
Séc.XX - por Edith Pires Gonçalves Dias (12)

Um passeio pela cidade de Santos, com os olhos que a viram durante boa parte do Clique na imagem para ir ao índice deste livroséculo XX: assim é a obra Santos de Ontem, de Edith Pires Gonçalves Dias, publicada em 2005 pela autora, com apoio cultural da Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) e Museu Martins Fontes (mantido pelo Instituto Cultural Edith Pires Gonçalves Dias), todas instituições santistas.

Com 179 páginas, o livro teve curadoria de Rafael Moraes, revisão de Manuela Esquivel Rodriguez Montero e Manuel Leopoldo Rodriguez Montero, capa de Marco A. Panchorra, projeto gráfico de Marcelo da Silva Franco, colaboração de Cynthia Esquivel e impressão Cromosete. A autorização para esta primeira edição eletrônica foi dada pela autora a Novo Milênio, em 30 de julho de 2010. Páginas 152 a 161:

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Santos de ontem

Edith Pires Gonçalves Dias

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AVENIDA ANA COSTA

Já que a intenção é fazer uma caminhada pelo passado, ocorre-me fazer referência a alguns lugares que perderam suas características primitivas e tomaram novas formas dentro do contexto urbano, caso da Avenida Ana Costa.

Ela se identifica com o Gonzaga, importante marco na história de nossa cidade, em cujo epicentro a avenida é interrompida pela Praça da Independência, onde se registram concentrações populares, para manifestações, tanto boas e auspiciosas, como as comemorações por vitórias esportivas, quanto ruins, como greves e manifestações de desagrado. Desde que me conheço como gente, esse logradouro foi palco de muitas manifestações populares. Lembro-me de uma época bem longínqua, nos anos trinta, quando eu começava a perceber e analisar o que acontecia no nosso dia-a-dia, o Gonzaga já era um ponto de referência da cidade.

Quando inaugurado em 1922 o imponente monumento dos Andradas, merecida homenagem a esses santistas que tanto fizeram pelo Brasil, estava assegurada a importância do local. A praça ainda não era calçada. Esse monumento é um ícone do crescimento e desenvolvimento do bairro do Gonzaga.

Em continuidade ao prédio onde foi instalado o Atlântico Hotel, na esquina da Avenida Ana Costa com a praia, havia o Cassino onde funcionavam as modalidades de jogos carteados e roletas. Contava com muitos empregados e o atendimento os freqüentadores era de alto nível.

Quando o jogo estava no seu apogeu, veio para administrá-lo o dr. Raul Jordão de Magalhães, que com sua família fixou residência em nossa cidade. Ele tinha três filhas que logo se tornaram queridas por toda a sociedade santista.

Ainda nesse prolongamento do hotel, existia o Cine Teatro Cassino, com uma particularidade muito especial. O seu teto era movediço e nas noites de calor era acionado para tornar mais agradável o seu recinto, com a brisa refrescante. Ao ver as estrelas brilhando no azul escuro do céu, lembrava-me das palavras de Olavo Bilac: "Ora, direis, ouvir estrelas!" Sim, porque esse poeta era um ardente apaixonado pelas estrelas. Permanecia horas a contemplá-las.

Ali não funcionava apenas o cinema. Havia peças de teatro, apresentações de pianistas e cantores famosos. Em destaque, os recitais da grande declamadora Margarida Lopes de Almeida. Para os que não sabem, essa notável criatura era dona de mãos tão lindas que foram esculpidas por artista no gênero.

Podemos comparar o brilhantismo do Cassino do Atlântico com o fausto do salão de jogos do Hotel Parque Balneário. Apesar de sua proximidade, não havia concorrência entre eles, pois os afeiçoados ao jogo eram tantos, que ambos estavam sempre lotados.

Ambos perderam muito com a proibição do jogo. Os salões do Atlântico foram palco de muitos bailes, como acontecia no Parque Balneário. De gloriosa memória os promovidos pelo Vesper Clube.

Nesse mesmo local, realizaram-se recitais de piano. Lembro-me com nitidez da apresentação de Sarita Ozores Vallejo, esposa do saudoso médico dr. Vitor Vallejo. Uma grande pianista, que lamentavelmente não prosseguiu em sua brilhante carreira.

Ocorre-me destacar o brilho de outra pianista santista, Norzinha Pierry, dona de grande talento. Ela se casou com Irani Ferreira Martins e hoje o casal reside em São Paulo.

Na esquina onde hoje existe o Edifício Olga, havia dois sobrados muito antigos, que foram demolidos para dar lugar a esse empreendimento. Isso pelos anos 50. Lembro-me que depois de bem adiantada, a obra foi paralisada por longo tempo, mas finalmente concluída.

Onde estão hoje os edifícios Independência e D. Pedro I, era um enorme terreno onde funcionava um centro de diversões, o Luna Parque. Suas atividades eram bastante variadas. Roda-gigante e outros brinquedos para diversão da garotada, uma quadra para lutas de boxe, um bar bastante freqüentado e um teatro.

Nele se apresentavam, entre outros artistas, o casal Maria e Miguel Máximo, muito talentosos, que por longo tempo atraíram os aplausos do público que ali comparecia. Até o dia em que Maria Máximo, certamente atendendo ao chamado de Deus, deixou o palco e abandonou a carreira para dedicar-se a uma grandiosa obra filantrópica. Ela fundou a Casa dos Pobres Ismênia de Jesus, que começou modestamente num casa da Rua Pereira Barreto e hoje está na Rua Campos Mello, tendo algumas ramificações para dar atendimento a quantos necessitam de amparo material, moral e espiritual. Hoje ela deve ser uma das almas iluminadas que povoam as elevadas dimensões do Espaço.

O Luna Parque teve sua grande época, mas como tantos outros, chegou ao fim e continua presente apenas na saudade de muitos.

Onde hoje está o belo prédio Campos Elíseos, havia um construção assobradada que ia até a Rua Floriano Peixoto. Abrigava um hotel, o Restaurante São Paulo e pequenas agremiações. Na outra esquina da referida rua, durante muitos anos funcionou a Farmácia Gonzaga, de propriedade dos irmãos Novaes, que contavam com inúmeros clientes e gozavam de grande prestígio na classe médica.

Em continuação, havia uma residência, com pequeno jardim, um terraço em círculo, que pertencia à família de Lourdes Eugênio, amiga querida de um de minhas irmãs.

Onde está o Edifício 5ª Avenida, por longo tempo foi um enorme terreno que custou bastante a receber construção. Ocorre-me relatar aqui um caso hilariante ligado a esse local. Eu já me casara em 1939, e fui morar na Rua Pasteur, quase esquina da Rua Luiz de Faria, próximo ao Gonzaga. Quando o sr. Mario Fontes, com sua esposa Clélia, vieram para Santos, onde ele assumiu a administração da Recebedoria de Rendas, foram provisoriamente morar num pensão na esquina da Ana Costa com Luiz de Farias, onde hoje funciona um posto de gasolina.

Soubemos que ele sentia muita falta de sua cadeira de balanço e logo nos prontificamos a emprestar uma que possuímos. Pedimos à nossa empregada que fosse levar a cadeira à pensão. Era só virar a esquina e caminhar numa reta. Passaram-se duas horas e ela não voltara à nossa casa, nem chegara ao destino. Saímos à sua procura e depois de algumas voltas nas imediações, fomos encontrá-la sentada na cadeira, desconsolada, junto ao referido terreno, onde está hoje o Edifício 5ª Avenida. Ela se perdera pelas adjacências e resolveu esperar a "divina providência".

Ficamos com muita pena dela e resolvemos a situação. É dessas coisas que aconteciam na "Santos de ontem". Nos dias atuais, já lhe teriam levado a cadeira e nós ficaríamos no prejuízo. Cumpre dizer que a cadeira não era muito grande e pesada e foi ela que se prontificou a levá-la, na certeza de receber uma gratificação pelo serviço prestado. Ainda hoje esse fato me faz sorrir e lembrar da simplicidade do passado.

Nessa mesma esquina, antes do 5ª Avenida, foi construído e funcionou por alguns anos o Cine Atlântico, depois demolido para melhor aproveitamento do terreno.

Do outro lado da praça havia uma bela casa que, se não me falha a memória, foi residência da família de reverendo Vidal. Depois, ali esteve a agência da Viação Cometa e posteriormente o curso de inglês Yazigi. Depois de demolida, deu lugar à Galeria Queiroz Ferreira.

Ao lado do posto de gasolina que também foi construído no terreno de uma velha casa, existiu a mansão da família Freire. Eu tinha uma colega, Maria Alice Freire, que algumas vezes me convidou a ir à sua casa. Um construção esmerada. O que nela me encantava era a escada que, partindo do saguão de entrada, se dividia em dois braços harmoniosos, levando o andar superior.

Depois dos Freire, a casa foi residência da saudosa Áurea Gonzalez de Conde, que ali permaneceu até falecer. Chegou a sediar um banco, mas terminou lamentavelmente demolida, perdendo-se uma bela construção que retratava uma época. Hoje esse terreno é ocupado por um estacionamento.

Vou tentar relembrar alguns moradores da tradicional Avenida Ana Costa, a bela avenida das palmeiras. Logo na primeira quadra, havia um sobrado enorme onde funcionou uma galeria de arte, de propriedade de Ruy Moraes Barros.

A seguir vinha a residência do dr. Luiz Souza Dantas Forbes, conhecido médico. Sua esposa, Beatriz Figueiredo Forbes, é dona de vasta cultura, historiadora e conferencista de grandes méritos. Depois que eles deixaram a casa, ali funcionou um afamado restaurante. Na esquina da Rua Azevedo Sodré, havia uma casa enorme, de tijolos à vista, onde foi uma pensão e depois uma clínica.

Do lado oposto foi a residência da família Biller e o Ateneu Progresso Brasileiro, dirigido pela professora dona Ida. Quantos santistas de destaque ali iniciaram seus estudos!

Na outra esquina da Azevedo Sodré, numa casa de porão alto, durante algum tempo funcionou o Centro Cultural Brasil-Estados Unidos.

Mais adiante havia uma bela casa da família Pierry e posteriormente uma clínica ginecológica. Havia um correr de casas, numa delas residiu a família do dr. José Pontes. À semelhança de um tabuleiro de jogo de damas, onde as peças são eliminadas, pouco a pouco as antigas construções eram demolidas para dar lugar a outras. Hoje ali está o Clube Sírio Libanês, entre vários prédios de apartamentos e ao lado de um grande terreno resultante da demolição do Cine Iporanga, pronto para receber novo empreendimento imobiliário que terá cinemas, lojas, escritórios e residências.

Em frente, existe ainda um velho sobrado, onde nasceu o Hospital Ana Costa e funcionou até época recente o seu pronto-socorro, hoje transportado para o prédio ao lado do hospital, na Rua Pedro Américo.

Logo após a Rua Tolentino Figueiras, durante muitos anos funcionou a Pensão Cinelândia, muito procurada por hóspedes permanentes. Ao lado, a mansão dos Passarelli e na esquina da Rua Luiz de Farias, a bela casa dos Barros Pimentel, que felizmente continua ali, não descaracterizada apesar das adaptações necessárias ao funcionamento da Unimed, sua atual ocupante.

Na quadra defronte dou destaque à casa da família de Sigefredo Magalhães, que ainda hoje está de pé, mas totalmente modificada. Ao lado, durante muitos anos foi o Palácio Episcopal, depois transferido para a Pompéia, na residência dos Loureiro, e depois para a Ponta da Praia. Ali se ergueu o complexo Indaiá, cinema e hotel.

Na quadra seguinte, destacava-se a enorme casa dos Suplicy, cercada por enormes árvores. Por esse motivo hoje temos a Rua Luiz Suplicy, perpetuando o nome desse grande cidadão.

Depois desta rua, está hoje sediada uma guarnição do Corpo de Bombeiros, inicialmente construído ao lado da residência dos Simonsen, recentemente demolida para ampliar as instalações da corporação, mais uma perda na paisagem da bela avenida.

Ainda nesse ponto da avenida, na esquina, onde hoje está o laboratório de Mário Flávio Alcântara, era a residência do sr. Andrade, funcionário da Recebedoria de Rendas. Lembro com saudade de sua filha Cecy e dos móveis antigos que possuíam. Encantava-me com uma peça de "biscuit", que pendia do lustre da sala: era um casal sentado num balanço. De uma notável delicadeza.

Onde está a Capela Bom Pastor, e o prédio que durante muitos anos foi um abrigo de meninas e hoje é a Escola Marza, era a mansão dos Murray.

Seguiam-se outras residências, entre elas a da família Augusto Paulino dos Santos, recentemente demolida, para dar lugar a estacionamento para automóveis.

A seguir, a mansão dos Benedito Gonçalves, com enorme jardim que hoje é ocupado por um prédio de apartamentos em dois blocos. Bem em frente foi construído o grande prédio do Colégio São José, inaugurado em 1923, que a princípio funcionou na Rua Dr. Cóchrane 57. Sua grande capela foi construída muitos anos depois.

Nesses momentos de volta ao passado, chega a surpreender a rapidez com que as casas primitivas desapareceram, dando lugar a enormes prédios.

O Educandário Anália Franco também é um marco importante nessa avenida. Leva o nome de sua fundadora, uma mulher admirável, que tanto lutou pela educação das crianças, em especial, as desamparadas. Na esquina à frente, a residência da família Coelho, proprietários da Casa de Tintas Coelho.

Ao lado desta, numa casa de esquina que existe ainda hoje, durante muitos anos residiu o dr. Cyro Carneiro, que foi prefeito de nossa cidade. Foi na sua gestão que se realizou a famosa Festa Veneziana. Um desfile de barcos ornamentados com flores, um verdadeiro espetáculo que atraiu numeroso público ao Gonzaga, em 1938.

A casa de dois andares, ao lado do escritório da Memorial Necrópole, construída com enorme capricho pelos proprietários da Casa Haya, era constituída, em verdade, de duas residências, onde moravam, numa o pai, noutra o filho. Aliás, de muito bom gosto, mas sua fachada, hoje, não lembra em nada a original.

Antes de chegar à Rua Carvalho de Mendonça, há um prédio de três andares, de cor verde claro, ocupado por um departamento da Unimed. Anteriormente eram seis apartamentos pertencentes à família Soares.

Na esquina dessas rua era a residência de Adelson Barreto. Posteriormente ali esteve uma seção da Delegacia de Trânsito. Quando desocupada, teve o mesmo destino de tantas outras, foi demolida para dar lugar ao imponente prédio da Caixa Econômica Federal.

A seguir, no número 190, a residência do grande político, advogado criminal de mérito e ainda prefeito de nossa cidade, dr. Antonio Ezequiel Feliciano da Silva. Uma de suas grandes conquistas foi a reconquista da autonomia de nossa cidade, em época anterior à Revolução de 1964, o que citamos apenas para não confundir com a perda posterior. A fachada desta casa ainda não foi alterada. Ali funciona a Clínica Multi-Imagem, dirigida pelo médico dr. Clemente.

Onde hoje se encontra o Hospital São Lucas, havia as residências dos Presgrave do Amaral, dos Las Casas, dos Otavio Ribeiro de Araújo.

Desse ponto até o seu começo, na Vila Mathias, algumas casas permanecem desafiando o tempo e o progresso. Há uma muito linda onde está uma agência do Banco Real. Não é grande, mas sua bela arquitetura demonstra a época em que detalhes primorosos eram impressos em seus acabamentos.

Mais adiante, tem uma em que funciona uma clínica de estética, preciosa em seu estilo que marca uma época. Nesse trecho, nas casas remanescentes, todos os usos são comerciais, em diversos ramos de trabalho.

Uma família que continua residindo na mesma casa é a família Carvalho! Não sei se é porque já morei em tantos lugares, mas fico fascinada quando sei de um caso como esse. Acho lindo!

Nas esquinas da Rua Joaquim Távora, dois estabelecimentos de ensino de grande importância: o Colégio Anglo-Americano e o Liceu São Paulo. Este se iniciou na casa pertencente à família Sá. À medida que se expandiu a escola, outros prédios surgiram ao lado. É uma pena que a casa primitiva, de esquina, tenha se descaracterizado, perdendo sua fachada de estilo marcante.

A Igreja Coração de Maria é também uma importante referência dessa via.

Entre a Rua Lucas Fortunato e a Avenida Rangel Pestana, havia um espaço ocupado pela Vila Lisboa, um conjunto de casas semelhantes, que apresentavam uma paisagem muito agradável. Essa vila pertenceu a meu pai, nos áureos tempos, quando este construiu a primeira loja A. D. Moreira. Pouco a pouco, as casas foram dando lugar a novas construções para fins comerciais. O Bufê Mário uniu duas dessas casas para sua instalação, numa decoração de muito bom gosto, e que hoje valoriza aquele trecho.

Na esquina com a Rua Júlio de Mesquita havia um casarão enorme pertencente à família Marinangeli, proprietários de uma grande parte do morro Nova Cintra, hoje um bairro populoso. No terreno em que se encontrava essa residência, foi erguido um enorme e belíssimo prédio onde hoje está o Sindicato do Comércio Varejista.

Finalmente, encerramos nossa caminhada, não no fim, mas no começo dessa avenida. A Vila Mathias, como é chamado o bairro, é o início da avenida, da qual os santistas tanto se orgulham. É a Avenida Paulista dos santistas, como foi apelidada.

Ao pé do Monte Serrat, esbarramos com as instalações da Companhia de Engenharia de Tráfego. É na verdade desse ponto que deveríamos ter começado a nossa caminhada.

A Praça das Bandeiras, com aquela bela fonte, é o final dessa monumental avenida. Todas aquelas bandeiras ali tremulando, emolduradas pelas palmeiras ao fundo, nos causam sempre a mesma emoção. Saber que vivemos num país maravilhoso e com uma natureza tão pródiga em lhe conceder tantas belezas, que a todos encantam.

Mesmo vivendo dias difíceis, não morre a nossa esperança de ver um Brasil feliz, progressista e acolhedor. Um Brasil sem fome, sem carências nos serviços de saúde, com moradia e educação para todos.

Finalmente, tendo a governá-lo cidadãos dignos e honestos, que façam jus à grandeza de nossa terra, que garantam o futuro tranqüilo das próximas gerações. Esse é o anseio de todos nós brasileiros!

Bonde elétrico trafegando no trecho inicial da Avenida Ana Costa, em 1910

Foto: Museu Itinerante do Bonde de Santos