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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - IMPRENSA
A imprensa santista (2-b05)

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Na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade - exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda -, o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 


Imagem: reprodução de trecho da matéria original
Demais fotos desta página: publicadas com a matéria

Galeria dos poetas, prosadores e jornalistas de Santos

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Alberto Sousa - Nasceu em Santos, a 20 de julho de 1870, filho legítimo de Francisco Antonio de Sousa e de d. Constança Josephina de Sousa.

Fez seus primeiros estudos em Santos, no antigo colégio Juvenato Santista, do conceituado professor Tiburtino Mondin Pestana, por onde passaram, também, seu irmão, o poeta Ângelo Sousa, jornalista e escritor João Phoca, o poeta e jornalista Gastão Bousquet e tantos moços ilustres da sua geração.

Desde os 15 anos, seguindo uma natural vocação, dedicou-se às lutas da imprensa, trabalhando no Diário de Santos. Com 17 anos, brilhava entre os jornalistas da Abolição, fundando com Gastão Bousquet A Revista, folha literária e republicana, defendendo a liberdade dos escravos, ao lado de Vicente de Carvalho, Gastão Bousquet, Arthur Andrade, Cândido de Carvalho, Constantino Mesquita, Antonio Augusto Bastos, Felix Carneiro, Sylverio Fontes, Júlio Ribeiro e tantos outros, pelas colunas do Alvor, do Piratiny, do Patriota, da Idéa Nova, do Diário de Santos e do Jornal da Tarde, como parte da mocidade brilhante da cidade, que secundou a grande ação dos paladinos chefes, Geraldo Leite, Fernandes Pacheco, Ricardo Pinto, Américo Martins, Rubem César, Santos Garrafão, Quintino de Lacerda, Júlio Conceição, Xavier Pinheiro e mais vultos da notável campanha que teve o seu ponto mais alto na formação do Quilombo do Jabaquara.

Em 1888 redigia O Bisturi, folha de combate, e logo no mesmo ano tornava-se um dos colaboradores de fundação da A Platéa, ambos em São Paulo. Nesse mesmo ano, entrava para a redação da Província de São Paulo, sob a direção de Rangel Pestana e Júlio de Mesquita.

Em 1892, sendo Vicente de Carvalho nomeado secretário do Interior, no governo Cerqueira César, e parte do governo Bernardino de Campos, foi Alberto Sousa convidado por ele para seu secretário de gabinete, cargo que desempenhou por todo o tempo em que lá permaneceu o jurisconsulto e poeta santista.

Em 1890 trabalhou com Vicente de Carvalho também no Diário da Manhã, órgão fundado pelo Centro Republicano Dissidente.

Depois disso, foi para São Paulo, onde com Antonio de Godoy, Carlos de Campos e Herculano de Freitas, trabalhou no Correio Paulistano. Dirigiu mais de uma vez o Commércio de São Paulo. Fundou A Nação, o Iris e O Rebate, colaborou na A Gazeta, no São Paulo Imparcial, no Gil Braz e, por fim, dirigiu com muito brilho o São Paulo Jornal, colaborando ainda em grande parte dos jornais de Santos, São Paulo e Rio de Janeiro, como em quase todas as grandes revistas nacionais.

Foi mestre na polêmica e reduzia os seus contendores, a golpes de lógica, servido pelos vastos conhecimentos filosóficos, sociais e de ciências que possuía, a par de um perfeito manejo do idioma, a ponto de dizer Vicente de Carvalho que "era uma honra ser agredido por Alberto Sousa".

Suas primeiras produções em prosa e verso datam de 1886/1887, mas os seus primeiros livros, propriamente ditos, datam de 1898, iniciados com o seu opúsculo Espiritualismo e Positivismo, que tanta época fez em São Paulo.

Foi mesmo um dos grandes jornalistas de São Paulo e um dos seus melhores poetas e escritores. Suas principais obras foram: Brasil-Paraguay, 1898; Pontos de vista, 1909; Livro dos Amores, versos, 1914, Espiritualismo e Positivismo, O chapéo do lobishomem, 1926, e Os Andradas, grande obra histórica, em 3 grossos volumes, que mereceu grandes louvores da crítica, em 1922.

Alberto Sousa faleceu em São Paulo a 28 de setembro de 1927, sendo seus funerais feitos a expensas da Prefeitura de Santos.


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