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HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE
Histórias do Morro dos Barbosas


Em 7 de junho de 1970, o jornal santista A Tribuna registrou, na página 13 do 2º caderno:


Do alto do morro dos Barbosas a vista é de cartão postal, com paisagens das cidades da Baixada Santista

Foto publicada com a matéria

Barbosas, um morro com muita estória e heróis

(Da Sucursal de São Vicente)

Quando o Morro do Tumiaru passou a chamar-se "dos Barbosas", ninguém sabe ao certo. Barbosa foi uma família que há muitos anos, e durante longo tempo, manteve uma chácara no alto do morro. Depois a propriedade foi vendida à ordem religiosa dos beneditinos, que pretendia construir um grande colégio. Houve qualquer divergência com o prefeito de então, João Francisco Bensdorp (1922-1928), e os religiosos desistiram do empreendimento.

Para quem não o conhece, o Morro dos Barbosas é aquele onde está a Biquinha de Anchieta, passagem obrigatória no caminho da Ponte Pênsil. Pela sua posição geográfica, e fácil acesso, oferece um panorama sem precedentes. Lá de cima tem-se a Baía de São Vicente aos pés, a Ilha Porchat inteira, Santos mais atrás, à direita as prainhas e Ponte Pênsil, o Mar Pequeno, Praia Grande e, fechando a volta, o complexo industrial de Cubatão.

Cai não cai - Faz uns 20 anos, mais ou menos, que uma firma imobiliária comprou um bom pedaço no alto do morro, para venda em lotes. Construiu um acesso pavimentado pela Av. Getúlio Vargas, próximo ao monumento, e prolongou a estrada que ia da Rua do Colégio até à caixa de água municipal, calçando centenas de metros e instalando rede de luz.

Para não fugir à regra de quase todos os morros da região, o dos Barbosas começou a sentir o desgaste de suas matas, os cortes para a construção de prédios no sopé (Av. Getúlio Vargas), as cargas de dinamite, e vieram deslizamentos. A estrada que saía do monumento foi a primeira a desaparecer; depois veio a catástrofe do Edifício Vista Linda, que desabou inteiro, em 1966.

Afora isso, têm ocorrido várias quedas de barreiras e a Prefeitura chegou mesmo a interditar o conjunto de apartamentos próximo à Ponte Pênsil. Naquele local, e em outros pontos perigosos, vem sendo feita proteção do talude, com impermeabilização asfáltica.

Proteção - É de autoria do vereador Jayme Hourneaux de Moura a lei n. 1.021, de 10 de junho de 1964, que proibiu a construção de edifícios com mais de dois pavimentos em todo o Morro dos Barbosas, para que não se transformasse em outra Ilha Porchat. O mesmo vereador, em trabalhos posteriores, recomendou ao Poder Público a urgente reparação das galerias de águas pluviais que se encontram defeituosas; obras de drenagem; captação das águas das meias encostas do morro, para evitar que as águas pluviais corram livremente sobre o terreno, causando erosões e provocando infiltrações perigosas que ocasionam os deslizamentos de terra.

A lista de materiais necessários à preservação do morro contra a erosão, pelo menos na área de propriedade do Município, já se encontra na Diretoria de Obras, devendo ser objeto de oportuna concorrência.

Mas o alto do morro está abandonado. Há muito tempo que os fios da iluminação pública foram roubados, o mato cresce à vontade, o local chegou a tornar-se ponto de encontro de traficantes de tóxicos (a Polícia tem dado várias batidas) e de casais. Os moradores em edifícios na avenida Getúlio Vargas mandaram até aparar um pouco do mato que invadia o arruamento, visando assim espantar os maus elementos.

O Morro dos Barbosas, que em seu ponto mais elevado tem uma estrela (igual à do Monte Serrat), erigida em 1956, em comemoração ao 4º centenário da morte de Santo Inácio de Loiola, já teve seus heróis: Pai Bento, preto-velho que no começo do século ia uma ou duas vezes por dia lá em cima levar água e alimento para um hanseniano que morava isolado da família. A casa, destruída pelo tempo, durante muitos anos foi considerada "mal-assombrada"; João Pereira de Almeida, o João do Morro, falecido em 1946 com 103 anos de idade, pescador destemido que morou dezenas de anos numa casa de meia encosta, junto à Biquinha.

Projetos para melhor aproveitamento do Morro dos Barbosas existem. Fala-se num belvedere com restaurante, boates, parque municipal, e até mesmo hotel. Assim como está, e talvez com uns pequenos reparos na subida pela Rua do Colégio, merece ser melhor explorado nos roteiros de turismo. A pé ou de automóvel, vale a pena o passeio.


O que não foi feito no morro dos Barbosas

Foto publicada com a matéria

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