Nas edições anteriores, já foram examinados detalhes sobre os modems usados para as comunicações entre os computadores. Agora, começamos a tratar dos softwares (programas) que gerenciam essa comunicação. Existem diversos softs, alguns deles costumam ser incluídos no pacote de vendas dos próprios modems - especialmente o Quick Link II, o Telemate, o Telix, todos na forma shareware, em que o usuário deve depois se cadastrar, pagando uma taxa pelo registro (que dará direito a suporte técnico e atualizações).

Qualquer deles permite acessar um Bulletin Board System (BBS), e quem tiver instalado o Windows 3.1 pode também usar o programa Terminal do próprio Windows. Os programas que acompanham os modems costumam incluir um manual com as instruções sobre como configurá-los. Em alguns casos, os softs já vêm semi-configurados e/ou são auto-configuráveis, detectando automaticamente detalhes como tipo de modem, porta de comunicação usada, nível de interrupção etc. 

Se o seu modem não estiver relacionado no programa, use a primeira opção abaixo (costuma ser citada no manual), a opção genérica para a sua marca ou a opção geral Hayes. Outros dados necessários à configuração manual podem ser obtidos com o já explicado programa MSD.EXE.

As dúvidas de configuração podem ser tiradas com os próprios operadores dos sistemas (sysops) dos BBSs, com os quais você aliás precisará conversar para obter o acesso pleno aos seus sistemas (a lista de BBSs da região é publicada sempre na página 2 deste caderno). Atente para o fato de que a maioria dos BBSs ainda opera em padrão DOS, mas alguns já usam interface gráfica (Windows).

Área de scroll-back - quanto mais memória disponível, melhor, pois permitirá rever mais telas de sua conexão ao BBS;

Auto-Baud Detect - desligue esse recurso em modems que tenham correção de erros, escolhendo nesses casos a máxima velocidade possível entre computador e modem. O ajuste entre o modem e a linha se ajustará de acordo. Nos modems sem correção, ative o Auto-Baud Detect e indique a maior velocidade suportada pelo modem e pelo sistema com conjunto, no diretório de discagem;

Controle de fluxo - quando o modem exigir correção de erros, deixe ligados os controles Rts/Cts;

CR e LF - se as linhas aparecem escritas umas sobre as outras, sem a rolagem vertical da tela, use CR=CR+LF. Caso haja uma linha em branco entre cada linha escrita na tela, use CR=CR;

Dial Time - é o tempo de espera pela conexão, em média de 45 segundos para ligações locais e 60 segundos para interurbanos. No modem, este parâmetro (registro S7 Hayes) deve estar ajustado em valor maior que o do programa. Aumente o tempo, se a linha demorar a apresentar o tom de discagem;

Diretórios - o nome e o caminho (path) completos de upload, download, do editor de textos, do próprio programa, precisarão ser indicados nos campos apropriados, para que as funções do programa funcionem;

Eco local - deve permanecer desligado (mantê-lo ligado significará receber em sua tela todos os caracteres em duplicata);

Emulação - geralmente, os BBSs usam terminal tipo ANSI. Se tiver monitor monocromático, escolha - ao se cadastrar no BBS - a opção de envio de telas texto/ASCII

Formato - para comunicação com os BBSs, use “8N1”;

Line Wrap - é a quebra de linhas maiores que a largura de sua tela. Deixe ativado este recurso;

Mouse - será necessário indicar se existe um mouse ativo, o tipo e a inferface (serial ou barramento);

Protocolos - se possuir o Zmodem, ative o recurso crash recovery apenas quando retomar a conexão para recuperar o trecho faltante de um arquivo cujo download (cópia desde o computador do BBS para o seu) tenha sido interrompido. A opção Auto-download reduz o tempo de digitação. Lembre-se de indicar o protocolo default no diretório de discagem de cada sistema;

Registro de Uso - ativado, permite manter um registro das ligações, com data e hora, num arquivo de texto do winchester, para depois você conferir com a conta telefônica;

Porta serial, velocidade, endereço da porta, nível de interrupção - os dados aceitos no programa devem coincidir com os usados pelo modem; o mesmo vale para as strings (sequências de caracteres) de inicialização, discagem e resposta; o componente 16550 da porta de comunicação precisará ser suportado pelo programa, para que este aproveite suas características;

Upload ASCII - geralmente é ativada apenas a expansão de linhas em branco, colocando-se ainda uma pausa de uns 10 milissegundos entre caracteres e de 2 segundos entre as linhas. Os demais parâmetros costumam ficar inativos. Se as mensagens tiverem sido pré-editadas, pode-se suprimir os caracteres LF (quebra de linha)

Na próxima semana, alguns detalhes específicos da configuração em ambiente Windows, inclusive para programas DOS rodando em sessões desse ambiente da Microsoft.

Colaboram nesta série o Renato “Snake” Ferreira Ribeiro, da Snake BBS, e o Christian Rodrigues Barbosa, da Blue Eagle Consulting, encarregado da estruturação de A Tribuna como provedora Internet.