Cubatão hoje depende, econômica e socialmente, quase integralmente de seu Pólo Industrial. 

Assim, as vicissitudes da economia do Pólo refletem-se totalmente sobre o município. Devido às dificuldades da economia brasileira nos anos 80 e 90, o parque industrial de Cubatão não se expandiu neste período. Houve, inclusive, entre 1993 e 1997, um processo intenso de redução de emprego, pela modernização induzida pela abertura da economia brasileira, as privatizações de empresas e as necessidades da competição internacional.

A partir de 2002, o número de empregados efetivos e contratados permanentes (terceirizados) passou a crescer a uma taxa média de cerca de 7% ao ano, sem, entretanto, voltar a alcançar o nível de emprego atingido na década de 80 e começo dos anos 90. 

Atualmente, está-se iniciando uma nova fase de expansão, com investimentos que deverão gerar empregos durante a fase de construção e novos postos de trabalho após sua conclusão. Esta geração de empregos precisa ser trabalhada no sentido de, por um lado, aproveitar ao máximo possível a mão-de-obra da região - o que é dificultado pelas exigências de capacitação técnica, na maioria das vezes não existente localmente - e, por outro, evitar o fenômeno do desemprego na região ao término das obras, pela permanência no local de trabalhadores dispensados, em busca de novas oportunidades.
 

Um problema levantado refere-se ao longo tempo necessário para a análise dos projetos sob o ponto de vista ambiental, o que pode estar levando à perda de oportunidades de investimento em Cubatão, já que investidores prefeririam localizar-se em outros municípios por esta razão. Entretanto, devido ao contexto ambiental do município, é conveniente uma análise ambiental cuidadosa dos projetos, para que não haja risco de prejuízo ao meio ambiente do município.

3.1 DADOS SIGNIFICATIVOS DAS INDÚSTRIAS

O município conta com 25 grandes indústrias, destacando-se a Cosipa; Refinaria Presidente Bernardes Cubatão (Petrobras); Fosfertil; Bunge; Ripasa; DowBrasil; Carbocloro; Cimento Rio Branco;Mosaic (antiga Cargill); Copebrás; Columbian; Estireno; e Petrocoque, entre outras.

Segundo levantamento realizado pelo Fiesp e Ciesp/Cubatão referente a  2004 (Relatório Brasil), o setor industrial do município gera 26.133 postos de trabalho, sendo 12.505 efetivos e 13.628 contratados. O maior empregador é a siderurgia, com 47% do total, seguida do setor químico e petroquímico, com 23%, o de fertilizantes, com 12%, e outros, 18%. A remuneração salarial desse contingente alcançou em 2004 o equivalente a US$ 445 milhões de dólares. Do total de empregados efetivos, 94% é do sexo masculino. Em termos de escolaridade, 22% têm nível superior, 68% têm nível médio, 8% têm nível fundamental e apenas 2% não completaram o ensino fundamental. Um dado relevante é que apenas 19% dos empregados efetivos do Pólo Industrial moram em Cubatão, implicando num grande fluxo de transporte  para os municípios vizinhos.

Já  entre os funcionários terceirizados permanentes, 38% moram em Cubatão. Neste universo, 94% são do sexo masculino e as escolaridades predominantes são: 45% com ensino médio e 41% com ensino fundamental.

Observa-se que a indústria tem comprado pouco do comércio local, o que poderia ser uma oportunidade de desenvolvimento para o município.
 

O setor de comércio e serviços começou a formar-se em Cubatão, principalmente, a partir da década de 60, em decorrência das instalações das grandes indústrias, sendo que a cidade conta, atualmente, com um bom número de estabelecimentos comerciais e de serviços.

Entretanto, existe uma insatisfação no relacionamento entre os comerciantes e as indústrias, já que os comerciantes e prestadores de serviços reclamam que as indústrias adquirem menos do que poderiam em Cubatão, e as indústrias reclamam do nível de atendimento do comércio local em termos de preço e qualidade. Por outro lado, há inúmeras histórias de comerciantes bem-sucedidos que, graças ao espírito empreendedor, souberam aproveitar o excepcional potencial comprador que as indústrias possibilitam.

No setor de serviços, a partir dos anos 80, a exemplo do que ocorreu em todo o País, formaram-se, pelo processo de terceirização,  várias empresas compostas por ex-funcionários das indústrias locais, oferecendo um serviço de boa qualidade, caracterizando uma nova realidade econômica que perdura até os dias de hoje.

Cubatão ainda carece da presença de shoppings, cinemas, teatros e de vários negócios existentes em municípios de porte similar, devido à forte concorrência exercida pelas cidades vizinhas, em especial Santos.

3.3   DADOS SIGNIFICATIVOS DO COMÉRCIO e SERVIÇOS

Levantamento feito junto a 100 estabelecimentos comerciais ligados  à Associação Comercial de Cubatão resultou que, diferentemente da indústria, a mão–de-obra feminina predomina neste setor, com 55% de mulheres empregadas contra 45% de homens. Outra diferença importante é que 87% residem em Cubatão. Quanto à escolaridade, 14% têm curso superior; 67% nível médio; 7% fundamental; e 12% não complementaram o ensino fundamental.

Em termos de formalidade do comércio, os dados a seguir, que têm como fonte a Secretaria de Finanças/Prefeitura Municipal Cubatão, mostram a presença significativa de atividades não regulares.

Comércio regularizado: 1372. 

Prestadores de serviços regularizados: 1349.

Camelôs: 556 (deste total, apenas 89 possuem licença municipal e os demais entraram com pedido de regularização na Prefeitura e estão aguardando liberação).

Além disso, o Grupo Trabalho da Agenda 21 estimou que existem cerca de 2 mil  estabelecimentos comerciais informais na cidade.

Duas associações representam os comerciantes: a Associação Comercial e Industrial de Cubatão, com 250 associados, e a Câmara de Diretores Lojistas, com 45 associados.

A cidade conta com as principais entidades financeiras, perfazendo um total de 9 bancos, com 248 funcionários (80% com nível superior), dos quais 60% mulheres, e sendo que apenas  61 (25%) residem em Cubatão, segundo pesquisa realizada pelo Grupo de Trabalho junto ao conjunto dos bancos.

A pesquisa de opinião realizada junto ao Conselho da Cidade da Agenda 21 indicou que 75% do universo pesquisado acha que o comércio de Cubatão precisa melhorar muito.

3.4  INDÚSTRIA

PONTOS FORTES
Localização estratégica - proximidade com o maior mercado, o maior porto brasileiro e grande infra-estrutura logística.
Disponibilidade na região de mão-de-obra técnica qualificada para a operação das indústrias.
Disponibilidade de infra-estrutura industrial: energia, água e transporte.
Controle da poluição industrial realizado pelas empresas.
Lei municipal de incentivos fiscais para novos empreendimentos no município.

PONTOS FRACOS
Insuficiência de mão-de-obra qualificada local para emprego temporário na fase de construção dos novos investimentos e reformas.
Imagem ambiental negativa ligada à intensa poluição ocorrida na fase inicial do Pólo.

OPORTUNIDADES:
Potencial portuário.
Áreas disponíveis para novos empreendimentos industriais, de comércio e de serviços.

3.5 COMÉRCIO E SERVIÇOS

PONTOS FORTES
Grande potencial de mercado no segmento industrial.
Fácil e rápido acesso do setor comercial ao pólo industrial.
Disponibilidade de mão-de-obra.
Área comercial concentrada.

PONTOS FRACOS
Baixa qualidade de atendimento (estrutura, equipamentos, comunicação).
Transporte coletivo insuficiente e de baixa qualidade.
Alto índice de comércio irregular e de ambulantes.
Baixo poder aquisitivo da população.
Poucos negócios entre a indústria e o comércio local.